Surto de tosse convulsa preocupa na Europa; veja os sintomas
Saiba sobre os sintomas da tosse convulsa, como funciona o tratamento e como prevenir essa doença respiratória
Portugal e toda a Europa enfrentam um preocupante crescimento no número de casos de tosse convulsa, também conhecida como coqueluche.
Nos primeiros quatro meses de 2024, Portugal registrou 200 casos, uma significativa alta em comparação aos 22 casos reportados no ano anterior, conforme dados recentes da Direcção-Geral de Saúde (DGS). O aumento reflete uma tendência observada em todo o continente europeu.
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) divulgou um relatório que mostra um aumento dramático nos casos dentro da União Europeia (UE) e do Espaço Econômico Europeu (EEE).
Os dados apontam para cerca de 60.000 casos registrados entre o início de 2023 e março de 2024, indicando uma elevação substancial em relação aos anos anteriores.
O que é a tosse convulsa?
A tosse convulsa, que pode acabar confundida com um resfriado comum, é uma infecção bacteriana altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis.
A condição afeta principalmente o sistema respiratório e é caracterizada por episódios de tosse severa e incontrolável, que podem dificultar a respiração.
Quem são os mais afetados?
O relatório do ECDC menciona que bebês com menos de seis meses, que não foram imunizados ou receberam imunização parcial, são os mais vulneráveis. Infelizmente, a maioria das hospitalizações e óbitos ocorrem nessa faixa etária.
Idosos e pessoas com problemas de saúde preexistentes também apresentam maior risco de complicações graves.
Diante deste cenário, a agência europeia e a DGS recomendam que os países membros reforcem os programas de vacinação e mantenham uma alta cobertura vacinal para controlar a proliferação da tosse convulsa.
Por que os casos da tosse aumentaram?
O relatório sugere que o aumento na incidência da tosse convulsa pode estar relacionado à diminuição geral da vacinação durante a pandemia de covid-19.
O ECDC também enfatiza a importância da vacinação durante a gravidez e a necessidade de um aumento na conscientização sobre a doença entre profissionais de saúde e o público em geral.
Quais são os sintomas da tosse convulsa?
- Tosse intensa e persistente: a tosse pode ser tão severa que leva a vômitos, fadiga extrema e dificuldade em respirar.
- Guincho: um som agudo ao inspirar após um acesso de tosse.
- Cianose: a pele pode ficar azulada devido à falta de oxigênio durante episódios de tosse intensa.
- Febre: geralmente baixa.
- Exaustão: sentimento de cansaço extremo após episódios de tosse.
Afinal, quais são as fases da tosse convulsa?
- Fase catarral: inicialmente, a doença pode se assemelhar a um resfriado comum, com sintomas leves como coriza, febre baixa e tosse leve.
- Fase paroxística: à medida que a infecção progride, a tosse torna-se mais intensa e ocorre em crises (ou paroxismos) que podem durar vários minutos. Durante essas crises, a pessoa pode emitir um som característico ao inspirar fortemente após um acesso de tosse, conhecido como “guincho”.
- Fase de convalescença: a recuperação é gradual, com a diminuição da frequência e da intensidade dos episódios de tosse, embora a recuperação completa possa levar várias semanas.
Qual é o tratamento recomendado contra a doença?
O tratamento geralmente envolve o uso de antibióticos para combater a infecção bacteriana e medidas de suporte para aliviar os sintomas. Nos casos graves, pode ser necessário hospitalização, especialmente para bebês e crianças pequenas.
Se você ou alguém próximo apresentar sintomas de tosse convulsa, é crucial procurar atendimento médico para diagnóstico e tratamento adequados.
Como prevenir a tosse convulsa?
A vacinação permanece sendo a pedra angular na prevenção da tosse convulsa. No quadro do Programa Nacional de Vacinação, prevê-se a administração de cinco doses da vacina, uma medida preventiva crucial contra esta grave doença.
Além disso, embora os xaropes podem aliviar temporariamente a tosse, eles não são efetivos contra a tosse convulsa especificamente. Discuta tratamentos mais direcionados com profissionais de saúde.