TDPM: conheça o transtorno que pode ser confundido com depressão

O TDPM é uma forma grave de TPM que pode impactar na rotina pessoal e profissional; saiba como diferenciar e reconhecer os sintomas

25/11/2024 14:30

O período que antecede a menstruação é conhecido por trazer desconfortos como inchaço, cansaço e alterações de humor. Esses sintomas, característicos da Tensão Pré-Menstrual (TPM), afetam cerca de 80% das mulheres em maior ou menor grau.

Entenda o que é o TDPM e como diagnostica-lo
Entenda o que é o TDPM e como diagnostica-lo - iStock/urbazon

No entanto, quando esses sintomas se tornam intensos a ponto de interferir na vida pessoal, social e profissional, é possível que se trate de algo mais sério: o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM).

O que é o TDPM?

O TDPM é uma forma severa de TPM, classificada como transtorno psiquiátrico no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). Ele acomete entre 2% e 8% das mulheres.

Esse transtorno vai além dos desconfortos físicos da TPM, incluindo sintomas emocionais severos, como irritabilidade extrema, ansiedade e depressão intensa.

De acordo com especialistas, o impacto do TDPM pode ser devastador, resultando em conflitos interpessoais, dificuldades no trabalho e até afastamento de atividades cotidianas.

Como diferenciar TDPM de TPM ou depressão?

Embora compartilhe alguns sintomas com a TPM, o transtorno apresenta uma intensidade muito maior. A principal diferença está na disfunção causada pelos sintomas: eles comprometem significativamente a qualidade de vida da mulher.

Além disso, o TDPM pode ser confundido com a depressão, já que ambas as condições envolvem sentimentos de tristeza, inutilidade e desesperança.

No entanto, os sintomas do TDPM têm um padrão: surgem de 7 a 10 dias antes da menstruação e desaparecem no início ou até o segundo dia do fluxo menstrual. Esse ciclo é uma das características principais para diferenciá-lo de outros transtornos.

Para diagnosticar o transtorno, é necessário monitorar os sintomas ao longo de pelo menos dois ciclos menstruais

Quais são os sintomas do TDPM?

  • Alterações emocionais, como irritabilidade extrema, crises de choro e ansiedade intensa;
  • Depressão severa, sensação de inutilidade ou culpa;
  • Diminuição do interesse em atividades habituais;
  • Dificuldade de concentração e confusão mental;
  • Fadiga ou falta de energia;
  • Compulsão alimentar ou alterações no apetite;
  • Insônia ou sonolência excessiva;
  • Sintomas físicos como dores musculares, inchaço, sensibilidade nos seios e ganho de peso.

Para o diagnóstico, é necessário apresentar pelo menos cinco desses sintomas, sendo um deles obrigatoriamente relacionado a alterações emocionais ou de humor.

O que causa o TDPM?

As causas exatas do TDPM ainda não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que estejam relacionadas à sensibilidade do corpo às variações hormonais, principalmente nos níveis de estrogênio e progesterona, que ocorrem ao longo do ciclo menstrual.

Pesquisas indicam que mulheres com TDPM possuem uma sensibilidade maior a essas alterações hormonais devido a fatores genéticos e a desregulações em sistemas cerebrais, como o serotoninérgico, que está ligado ao humor e ao bem-estar.

Tratamento

O tratamento do TDPM combina abordagens farmacológicas e não farmacológicas, personalizadas de acordo com a necessidade da paciente. Entre as opções mais comuns estão:

  • Mudanças no estilo de vida: atividade física regular e alimentação balanceada ajudam a reduzir os sintomas.
  • Medicamentos: antidepressivos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) e anticoncepcionais podem ser indicados.
  • Terapias: tratamentos psicológicos, como terapia cognitivo-comportamental, podem auxiliar no manejo dos sintomas emocionais.
  • Controle hormonal: em casos mais graves, pode-se adotar métodos para interromper o ciclo menstrual.

O TDPM enfrenta barreiras relacionadas ao tabu sobre a menstruação e à falta de conhecimento, tanto das mulheres quanto de alguns profissionais de saúde. Muitas pacientes relatam não serem levadas a sério e enfrentam dificuldades para obter um diagnóstico e tratamento adequados.

Se você desconfia que sofre de TDPM, é essencial buscar ajuda de um ginecologista e um psiquiatra. Um diagnóstico correto é o primeiro passo para melhorar sua qualidade de vida e lidar de forma eficaz com os sintomas.