TDPM: conheça o transtorno que pode ser confundido com depressão
O TDPM é uma forma grave de TPM que pode impactar na rotina pessoal e profissional; saiba como diferenciar e reconhecer os sintomas
O período que antecede a menstruação é conhecido por trazer desconfortos como inchaço, cansaço e alterações de humor. Esses sintomas, característicos da Tensão Pré-Menstrual (TPM), afetam cerca de 80% das mulheres em maior ou menor grau.
No entanto, quando esses sintomas se tornam intensos a ponto de interferir na vida pessoal, social e profissional, é possível que se trate de algo mais sério: o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM).
O que é o TDPM?
O TDPM é uma forma severa de TPM, classificada como transtorno psiquiátrico no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). Ele acomete entre 2% e 8% das mulheres.
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Esse transtorno vai além dos desconfortos físicos da TPM, incluindo sintomas emocionais severos, como irritabilidade extrema, ansiedade e depressão intensa.
De acordo com especialistas, o impacto do TDPM pode ser devastador, resultando em conflitos interpessoais, dificuldades no trabalho e até afastamento de atividades cotidianas.
Como diferenciar TDPM de TPM ou depressão?
Embora compartilhe alguns sintomas com a TPM, o transtorno apresenta uma intensidade muito maior. A principal diferença está na disfunção causada pelos sintomas: eles comprometem significativamente a qualidade de vida da mulher.
Além disso, o TDPM pode ser confundido com a depressão, já que ambas as condições envolvem sentimentos de tristeza, inutilidade e desesperança.
No entanto, os sintomas do TDPM têm um padrão: surgem de 7 a 10 dias antes da menstruação e desaparecem no início ou até o segundo dia do fluxo menstrual. Esse ciclo é uma das características principais para diferenciá-lo de outros transtornos.
Para diagnosticar o transtorno, é necessário monitorar os sintomas ao longo de pelo menos dois ciclos menstruais
Quais são os sintomas do TDPM?
- Alterações emocionais, como irritabilidade extrema, crises de choro e ansiedade intensa;
- Depressão severa, sensação de inutilidade ou culpa;
- Diminuição do interesse em atividades habituais;
- Dificuldade de concentração e confusão mental;
- Fadiga ou falta de energia;
- Compulsão alimentar ou alterações no apetite;
- Insônia ou sonolência excessiva;
- Sintomas físicos como dores musculares, inchaço, sensibilidade nos seios e ganho de peso.
Para o diagnóstico, é necessário apresentar pelo menos cinco desses sintomas, sendo um deles obrigatoriamente relacionado a alterações emocionais ou de humor.
O que causa o TDPM?
As causas exatas do TDPM ainda não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que estejam relacionadas à sensibilidade do corpo às variações hormonais, principalmente nos níveis de estrogênio e progesterona, que ocorrem ao longo do ciclo menstrual.
Pesquisas indicam que mulheres com TDPM possuem uma sensibilidade maior a essas alterações hormonais devido a fatores genéticos e a desregulações em sistemas cerebrais, como o serotoninérgico, que está ligado ao humor e ao bem-estar.
Tratamento
O tratamento do TDPM combina abordagens farmacológicas e não farmacológicas, personalizadas de acordo com a necessidade da paciente. Entre as opções mais comuns estão:
- Mudanças no estilo de vida: atividade física regular e alimentação balanceada ajudam a reduzir os sintomas.
- Medicamentos: antidepressivos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) e anticoncepcionais podem ser indicados.
- Terapias: tratamentos psicológicos, como terapia cognitivo-comportamental, podem auxiliar no manejo dos sintomas emocionais.
- Controle hormonal: em casos mais graves, pode-se adotar métodos para interromper o ciclo menstrual.
O TDPM enfrenta barreiras relacionadas ao tabu sobre a menstruação e à falta de conhecimento, tanto das mulheres quanto de alguns profissionais de saúde. Muitas pacientes relatam não serem levadas a sério e enfrentam dificuldades para obter um diagnóstico e tratamento adequados.
Se você desconfia que sofre de TDPM, é essencial buscar ajuda de um ginecologista e um psiquiatra. Um diagnóstico correto é o primeiro passo para melhorar sua qualidade de vida e lidar de forma eficaz com os sintomas.