Ter um cachorro ou gato pode fazer tão bem para sua saúde mental quanto casar

Ter um animal de estimação vai muito além de desfrutar de afeto e diversão. Um estudo da Universidade de Kent, no Reino Unido, apontou que cães e gatos estão diretamente ligados a uma melhora significativa na satisfação com a vida. Os pesquisadores concluíram que a presença de um pet em casa pode gerar um impacto emocional comparável ao de se casar ou manter contato frequente com familiares e amigos.

Segundo os especialistas, os animais reduzem a solidão, aliviam o estresse e fortalecem o bem-estar emocional. Isso porque eles não são apenas companheiros fiéis, mas também atuam como verdadeiros amortecedores das pressões do dia a dia.

Como os pesquisadores chegaram a essa conclusão

O estudo analisou mais de 2.600 respostas de 769 participantes, utilizando dados do Estudo Longitudinal de Domicílios do Reino Unido. Para garantir resultados consistentes, fatores como idade, escolaridade, renda, estado civil e traços de personalidade foram levados em conta.

Além disso, os cientistas usaram um método chamado “variável instrumental”, que permitiu diferenciar se a felicidade era consequência direta de ter um pet ou se pessoas já felizes eram as que mais adotavam animais. O resultado foi claro: possuir um cachorro ou gato causa um aumento real na satisfação com a vida.

O impacto social e a luta contra a solidão

Para especialistas, os resultados vão além do bem-estar individual e podem embasar políticas públicas. A psiquiatra Ashwini Nadkarni, da Harvard Medical School, ressaltou que vivemos uma “epidemia de solidão”, e os animais de estimação podem ser aliados poderosos nesse combate.

Por isso, pesquisadores defendem que programas comunitários, iniciativas de apoio psicológico e até políticas habitacionais considerem a inclusão de pets como estratégia de promoção de saúde mental.

Pets como parte da família

Outro ponto levantado pelo estudo é a forma como os animais ainda são vistos pela legislação em muitos países: como propriedade. Os autores sugerem mudanças legais que reconheçam cães e gatos como membros da família, especialmente em casos de separações e disputas judiciais.

Além disso, o acesso a animais em moradias alugadas deve ser facilitado, já que a pesquisa comprovou que o convívio com pets contribui de forma significativa para o bem-estar humano.