Terapia com picada de abelhas mata mulher na Espanha

Essa foi a primeira morte registrada em decorrência do tratamento alternativo

27/03/2018 11:50 / Atualizado em 05/05/2020 10:06

Uma mulher de 55 anos morreu depois de se submeter a um tratamento alternativo, chamado apiterapia, que usa picada de abelhas. A espanhola já fazia a terapia há dois anos, mas na última sessão, ela desenvolveu uma forte reação e teve falência múltipla dos órgãos. Essa foi a primeira morte registrada por conta do procedimento.

O caso foi divulgado no periódico científico Journal of Investigational Allergology and Clinical Immunology, por alergistas espanhóis que tentaram salvar a paciente em um hospital de Madri.

Segundo os médicos, a paciente realizava a apiterapia há cerca de dois anos para aliviar os sintomas de estresse e relaxar os músculos. Ainda de acordo com o relatório, a mulher não tinha nenhum histórico de outras doenças ou reações alérgicas.

Após análises, ficou constatado que a paciente teve um choque anafilático provocado pelo veneno, o que causou um infarto e falência múltipla de órgãos.

Gwyneth Paltrow é adepta do tratamento com abelhas
Gwyneth Paltrow é adepta do tratamento com abelhas

O tratamento é o mesmo já utilizado pela atriz Gwyneth Paltrow. Em 2016, ela publicou sobre procedimento em seu site, o Goop, que fala sobre estilo de vida, e também falou sobre sua experiência ao jornal The  New York Times. “As pessoas costumam usar para diminuir inflamações e cicatrizes. É, na verdade, bem incrível se você pesquisar sobre isso. Mas é doloroso”, afirmou a atriz.

Mais sobre apiterapia

Apiterapia é um tratamento alternativo que usa substâncias produzidas pelas abelhas – incluindo mel e veneno – para tratamento de doenças.  Essas toxinas possuem substâncias analgésicas e anti-inflamatórias.

O tratamento é utilizado há mais de 100 anos e recentemente foi adotado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como uma das 29 Práticas Integrativas Complementares (PICs).  A Associação Médica Brasileira (AMB) e o Conselho Federal de Medicina criticam a inclusão dessa e outras práticas alternativas dizendo que faltam evidências científicas que comprovem a eficácia desses tratamentos.

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