Terapia inalável para câncer de pulmão mostra-se promissora em estudo
Os cientistas desenvolveram uma técnica que utiliza a inalação de exossomos, ou nanobolhas,
Em um artigo publicado em 11 de janeiro pela Nature Nanotechnology, um grupo de pesquisa demonstrou que o uso de nanobolhas, chamadas exossomos, por meio de um método de tratamento inalável pode ser promissor para o tratamento do câncer de pulmão.
O método entregar diretamente o RNA mensageiro (mRNA) da IL-12 aos pulmões. Os mRNAs são os modelos para a produção de proteínas específicas que participam de uma variedade de funções celulares.
Embora os cientistas já tenham usado lipossomas (pequenas partículas à base de gordura) ou nanopartículas lipídicas (LNPs) para entregar mRNA, este método tem vários problemas, incluindo a falta de direcionamento do tecido, onde as partículas não vão para os órgãos-alvo, e preocupações sobre a toxicidade potencial após exposição prolongada.
Nos últimos 15 anos, o grupo de pesquisa tem desenvolvido exossomos para uso como transportadores superiores de medicamentos em relação aos lipossomas e LNPs em indicações específicas.
Nova abordagem
Até agora, os médicos só conseguiram utilizar a IL-12 para tratar o câncer, injetando-a diretamente no tumor ou na corrente sanguínea.
O estudo descobriu que fazer com que o paciente – neste caso, camundongos – inalasse mRNA de IL-12 em exossomos não só poderia fornecer IL-12 concentrada localmente nos pulmões, mas também poderia combater melhor o câncer com efeitos colaterais mínimos.
O método de inalação é mais eficiente na construção de concentrações mais elevadas de IL-12 exatamente onde é necessário do que outras formas de entrega de mRNA, como o uso de lipossomas.
Transformando células imunológicas em defensores poderosos
A inalação das nanobolhas com o modelo de IL-12 pode impulsionar as células imunológicas do pulmão, transformando-as em poderosos defensores equipados para liberar substâncias que atacam e destroem diretamente as células tumorais.
Além disso, a IL-12 ajuda a treinar essas células imunológicas para “lembrar” as características únicas das células tumorais.
Como resultado, se o tumor tentar atacar novamente, estas células imunitárias bem informadas estarão prontas para reconhecer e eliminar o tumor rapidamente.
Essas células imunológicas sobrecarregadas também podem espalhar seu conhecimento recém-adquirido para outras células imunológicas não treinadas por todo o corpo, criando um exército de defensores.
Isto significa que mesmo que as células tumorais tentem espalhar-se para além da sua localização original, como os pulmões, estas células imunitárias preparadas podem detectá-las e eliminá-las, oferecendo um sistema de defesa contra o câncer em todo o corpo.
Câncer de pulmão
O câncer de pulmão é um dos cânceres mais comuns do mundo. A taxa de incidência vem diminuindo desde meados da década de 1980 entre homens e desde meados dos anos 2000 entre as mulheres. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), essa diferença deve-se aos padrões de adesão e cessação do tabagismo constatados nos diferentes sexos.
O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são importantes fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão.
Em cerca de 85% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco.
Sinais e sintomas do câncer de pulmão
- tosse
- dor no peito
- falta de ar
- perda de peso inexplicável
- tosse com sangue
- febre
- fraqueza
- dificuldade em engolir
- dor de cabeça
- náuseavômito
- rouquidão
- chiado
É importante destacar, contudo, que esses sintomas podem ser causados por outras condições de saúde, além do câncer de pulmão. No entanto, na presença desses sintomas, é importante consultar um médico para uma avaliação adequada e um diagnóstico preciso.