Teste com a vacina de Oxford é suspenso após ‘efeito adverso grave’
O Brasil é um dos países que participam dos testes da vacina de Oxford/AstraZeneca
Os testes da vacina contra à covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, foram interrompidos no Reino Unido após um dos voluntários apresentar “efeito adverso grave”.
Segundo o site de notícias Stat News, especializado em saúde e tecnologia, não está claro quem tomou a decisão de paralisar os estudos, sendo possível que a medida tenha sido tomada voluntariamente pela AstraZeneca, e não por autoridades regulatórias.
Os testes estavam na fase 3, que avalia se a resposta imune induzida pela vacina é forte o suficiente para proteger as pessoas da covid-19.
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Em nota, ao site Stat a farmacêutica afirma que o “processo padrão de revisão da empresa resultou em uma pausa nas vacinações para permitir uma análise sobre os dados de segurança”.
Ao G1, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) disse que a decisão de pausar os estudos veio do laboratório, que, em seguida, comunicou os países participantes. A agência aguarda mais informações para se pronunciar oficialmente.
Vacina de Oxoford é aposta brasileira
Em nota, o Ministério da Saúde disse que a suspensão temporária do estudo tem regras definidas em protocolo e baseadas em padrão internacional.
A pasta informou ainda que a pausa nos testes significa que não haverá inclusão, neste momento, de novos participantes. “O Ministério da Saúde foi notificado por e-mail nesta data, pela AstraZeneca, e reforça o compromisso em garantir uma vacina segura e eficaz em quantidade para a população brasileira”, concluiu.
“Trata-se de procedimento padrão de avaliação de segurança durante a realização de estudos clínicos para investigar a causalidade, ou seja, a relação entre o evento adverso e a administração da vacina”, disse, ao citar que órgãos regulatórios já haviam sido notificados pelo patrocinador do estudo.
O Brasil é um dos países que participam dos testes da vacina de Oxford/AstraZeneca.
O governo brasileiro prevê desembolsar R$ 1,9 bilhão nesta vacina, sendo R$ 1,3 bilhão para pagamentos à AstraZeneca, R$ 522,1 milhões para produção da vacina na Fiocruz/Bio-Manguinhos e R$ 95,6 milhões para absorção da tecnologia pela Fiocruz.
A previsão do Ministério da Saúde é que em janeiro de 2021 as primeiras doses da vacina de Oxford já possam ser distribuídas por meio do Programa Nacional de Imunização, que atende o Sistema Único de Saúde (SUS).
A ideia é produzir, inicialmente, 100 milhões de doses da vacina de Oxford a partir de insumos importados. A produção integral da vacina na unidade técnico-cientifica Bio-Manguinhos, deve começar a partir de abril do próximo ano.
Atualmente, a vacina ChAdOx1 nCoV-19 está sendo testada em duas mil pessoas em São Paulo e no Rio de Janeiro.