Conjuntivite e outras manifestações menos comuns de covid-19

Todos os dias, médicos aprendem mais sobre o novo coronavírus e sua atuação sobre o corpo; veja alguns sinais que podem aparecer nos infectados

No início da pandemia, sabia-se muito pouco sobre as características do SARS-COV-2, o vírus causador da covid-19, e o que ele poderia causar no corpo. Os primeiros infectados com o novo coronavírus apresentavam, principalmente, febre, tosse seca, cansaço e falta de ar, mas, aos poucos, novos sintomas começaram a ser relacionados à doença, sendo um deles a conjuntivite, citada pela própria OMS.

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De acordo com a Academia Americana de Oftalmologia, relatórios publicados sugerem que o novo coronavírus pode causar uma conjuntivite folicular leve, indistinguível de outras causas virais, e possivelmente ser transmitida pelo contato do aerossol com a conjuntiva, a membrana transparente que reveste o olho.

Essa não é exatamente uma novidade para os médicos porque o processo inflamatório dessa membrana pode ser causado por diversos agentes, incluindo os vírus. De acordo com o médico oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, todo tipo de virose pode provocar irritação ocular.

E para evitar isso, nada mais eficaz que água e sabão. “Lavar bem as mãos sempre que se assoa o nariz é fundamental para evitar que o vírus afete os olhos”, diz Neves.

Além da conjuntivite, outra manifestação incomum de covid-19, mas que tem sido muito falada ultimamente é a erupção cutânea, o aparecimento de pequenas bolhas ou lesões que surgem nos dedos dos pés ou das mãos e duram semanas.

O que chama atenção nesse tipo de manifestação é que ela acontece principalmente em pessoas jovens, mesmo na ausência de outros sintomas comuns de covid-19.

Lesões nos dedos dos pés e das mãos estão entre as manifestações relacionadas à covid-19
Créditos: reprodução/Twitter
Lesões nos dedos dos pés e das mãos estão entre as manifestações relacionadas à covid-19

Um artigo publicado na revista científica British Journal of Dermatology, por médicos espanhóis, relatou 375 casos no total. Alguns desses pacientes apresentavam lesões parecidas com frieiras ao redor dos pés e das mãos e sentiam coceira ou dor. Em outros, a maioria pacientes de meia idade, apareciam pequenas bolhas que coçavam.

Também foram observadas manchas rosadas ou brancas – que se assemelhavam a comichões, principalmente no corpo, mas também nas palmas das mãos – além de relevos avermelhados e aspecto de necrose, representando um sinal de má circulação sanguínea.

Inúmeros médicos relataram lesões nos pés de pacientes assintomáticos
Créditos: reprodução/Twitter
Inúmeros médicos relataram lesões nos pés de pacientes assintomáticos

Esses e outros sinais na pele estão sendo reunidos em um material da Academia Americana de Determatologia, que em breve deverá ser publicado.

Outras manifestações relacionadas à covid-19

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também citou os seguintes sinais incomuns observados em pacientes com o novo coronavírus:

  • Dor de cabeça que não melhora com os analgésicos comuns
  • Congestão nasal
  • Dor de garganta
  • Diarreia
  • Perda de paladar ou olfato
  • Náuseas
  • Calafrios


Vale reforçar que o aparecimento de um ou mais sintomas considerados incomuns de covid-19 não sustentam um caso como sendo suspeito, já que inúmeras outras doenças podem estar relacionadas a essas manifestações.

Mas quando buscar ajuda médica?

Se você tem sintomas leves, como tosse ou febre leve, geralmente não é necessário procurar atendimento médico. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e também do Ministério da Saúde é isolar-se em casa e observar os sintomas.

Se ficar na dúvida, é valido fazer uma consulta médica a distância. A plataforma Missão Covid reúne médicos que atendem gratuitamente orientando casos suspeitos de coronavírus. (Acesse aqui)

No entanto, se os sintomas persistirem e houver dificuldades de respirar ou dor no peito, é necessário buscar ajuda médica. Quando for ao centro de saúde, use uma máscara, fique a pelo menos um metro de distância de outras pessoas e não toque nas superfícies com as mãos.