Teste de equilíbrio em uma perna só pode indicar seu tempo de vida
Para os autores, o chamado 'teste do flamingo' poderia ser usado em exames de saúde de rotina para idosos
Uma pesquisa curiosa, aparentemente sem pé nem cabeça, diz ter encontrado uma forma de saber a probabilidade de uma pessoa morrer cedo.
Publicado no British Journal of Sports Medicine, o estudo realizado por pesquisadores brasileiros da Clínica de Medicina do Exercício Clinimex, no Rio de Janeiro, afirma que um adulto de meia idade tem duas vezes mais chances de morrer na próxima década se não conseguir se equilibrar em uma perna só por 10 segundos.
Como foi realizado o teste?
A análise contou com dados de 1.702 participantes brasileiros com idades entre 51 e 75 anos.
- Dicas incríveis para manter o seu travesseiro livre de ácaros e alergias
- Como regar plantas quando for viajar? 6 dicas que você nunca imaginou
- Saiba como competir no Tier 2 de League of Legends em 2025
- Descubra o melhor método para remover agrotóxicos de frutas e verduras
Para garantir que todos os participantes fizessem o teste da mesma maneira, eles foram solicitados a colocar a frente de um pé na parte de trás da perna oposta, mantendo os braços ao lado do corpo e o olhar fixo à frente.
Os pesquisadores também coletaram dados sobre peso, tamanho da cintura e pressão arterial.
Segundo os pesquisadores, aqueles que falharam no teste apresentaram 84% mais chances de morrer. Eles também tendiam a ter mais problemas de saúde, como doenças cardíacas, pressão alta e diabetes.
Por outro lado, o estudo sugere que a capacidade de se equilibrar com um único pé apoiado no chão aponta para uma expectativa de vida mais longa.
O principal autor do estudo e médico do esporte e exercício, Claudio Gil Soares de Araújo, disse que o equilíbrio deficiente está ligado à fragilidade em idosos e a aptidão musculoesquelética é um indicador primordial de saúde em declínio.
A pesquisa observa que capacidade de manter o equilíbrio começa a diminuir de forma relativamente rápida a partir dos 60 anos.
Acompanhamento dos participantes
Durante um período médio de acompanhamento de sete anos, 123 (7%) pessoas morreram. Segundo o estudo, 32% foram vítimas de câncer; 30% morreram em decorrência de doenças cardiovasculares; 9% por conta de doença respiratória e 7% por complicações da covid-19.
De acordo com os cientistas, a taxa de morte foi quase quatro vezes maior, nesse período, entre os indivíduos que falharam no teste: 17,5%, em comparação com 4,6% que o completaram.
No entanto, depois de ajustar a pesquisa para fatores que poderiam confundir o resultado, como idade, sexo e condições de saúde subjacentes, aqueles incapazes de ficar sem apoio em uma perna por 10 segundos tinham 84% mais chances de morrer de qualquer causa na próxima década.
Para os autores, o chamado ‘teste do flamingo’ poderia ser usado em exames de saúde de rotina para idosos para fornecer ‘informações úteis’ sobre o risco de morte.