Entenda o que a semente de tomate tem a ver com pedras nos rins
Saiba como uma crença popular relacionou o tomate ao desenvolvimento de pedras nos rins e veja como consumir esse alimento de forma segura
Segundo uma crença popular, o consumo das sementes do tomate podem levar ao desenvolvimento de pedras nos rins. A confusão se dá devido à presença do oxalato, uma substância que pode se ligar ao cálcio e formar cálculos renais.
No entanto, especialistas afirmam que não há comprovação científica de que as sementes, isoladamente, causem a condição.
Por que o oxalato é associado a pedras nos rins?
O oxalato é um composto presente em muitos alimentos, incluindo o tomate como um todo, e não apenas em suas sementes.
Ele é conhecido por sua capacidade de se ligar ao cálcio na urina, formando oxalato de cálcio, que é o principal componente de cerca de 80% dos casos de pedras nos rins.
Apesar disso, o tomate não é um dos alimentos com as maiores quantidades de oxalato. Uma revisão publicada em Advances in Nutrition (2017), inclusive, concluiu que o consumo de alimentos com baixo teor de oxalato, como o tomate, dificilmente contribui para a formação de cálculos renais, exceto se houver um consumo excessivo de fontes ricas em oxalato.
Portanto, a orientação para aqueles que já têm uma tendência a desenvolver cálculos renais, é reduzir o consumo de alimentos ricos nesse composto, como espinafre, acelga, batata-doce e beterraba.
Então, afinal, é seguro consumir tomate?
De acordo com especialistas, os benefícios do tomate superam os possíveis riscos de formação de pedras nos rins, especialmente se consumido da maneira correta.
O tomate é rico em licopeno, um antioxidante que ajuda a combater doenças crônicas e inflamatórias. Em uma meta-análise publicada no American Journal of Clinical Nutrition (2016), pesquisadores constataram que o consumo de licopeno tem um impacto significativo na redução do risco de doenças cardíacas e inflamações crônicas.
Para quem tem histórico de pedras nos rins, consumir o tomate em forma de molho é uma opção mais segura. O cozimento não só reduz o teor de oxalato, como aumenta a biodisponibilidade do licopeno em até 35%, potencializando seus benefícios à saúde.
A dica dos especialistas é consumir molhos de tomate preparados com uma boa fonte de gordura, como azeite, para melhorar ainda mais a absorção do licopeno.
Formas de prevenir as pedras nos rins
Para reduzir o risco de formação dos cálculos, o ideal é manter uma dieta equilibrada, com baixa ingestão de oxalato, e beber bastante água diariamente.
A recomendação é consumir cerca de 35 ml de água por quilo corporal, garantindo uma hidratação suficiente para diluir substâncias que poderiam se acumular na urina.