Um fígado doente pode estar por trás da depressão
A ciência vê correlação entre fígado gorduroso não alcoólico e problemas de saúde mental. Saiba como as condições interagem entre si
Quando pensamos em depressão e saúde mental, o fígado geralmente não é o primeiro órgão que vem à mente. No entanto, estudos recentes sugerem que a saúde do seu fígado pode desempenhar um papel mais significativo no seu bem-estar mental do que se pensava anteriormente.
Especificamente, a disfunção hepática pode ser um contribuinte oculto para a depressão, com uma correlação notável entre doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) e transtornos de saúde mental.
Se a função hepática for interrompida, as toxinas se acumulam na corrente sanguínea e frequentemente viajam para a circulação cerebral, aumentando a probabilidade de afetar a função cerebral. Pacientes com doença hepática têm três vezes mais probabilidade de viver simultaneamente com transtornos depressivos, afetando significativamente a qualidade de vida.
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E não apenas a doença hepática pode levar à depressão, mas a depressão também pode piorar a doença hepática, criando um ciclo vicioso.

O papel do fígado na saúde mental
O fígado é um órgão responsável por desintoxicar o sangue, regular hormônios e produzir proteínas vitais. Quando o fígado está saudável, ele filtra eficientemente toxinas da corrente sanguínea, impedindo que elas cheguem a outras partes do corpo, incluindo o cérebro.
No entanto, quando a função hepática é comprometida, como no caso de doenças hepáticas, toxinas podem se acumular no sangue. Essas toxinas podem atravessar a barreira hematoencefálica, potencialmente levando à inflamação e alterações neurológicas que aumentam o risco de depressão.
Em um estudo da King’s College, em Londres, pesquisadores investigaram problemas no fígado e a depressão e a ansiedade.
Do estudo, participaram 187 pessoas de uma clínica que cuida de pacientes com problemas no fígado. Os jovens, com idades entre 16 e 25 anos, responderam a um questionário online sobre saúde mental.
Eles foram divididos em três grupos: os que haviam passado por um transplante de fígado, os que tinham uma doença hepática autoimune e aqueles com problemas crônicos no órgão. Os pesquisadores descobriram que 17,7% dos pacientes tinham depressão ou ansiedade. O número quase cinco vezes maior do que o comum para adolescentes – no geral, só 4% dos jovens nessa faixa etária desenvolvem depressão e ansiedade, no Reino Unido.
O interessante é que nenhum dos participantes acreditava que a doença psiquiátrica tinha a ver com a física.