Saiba como a ‘vacina’ contra o Alzheimer funciona; quando chega ao Brasil?
Entenda como a nova imunoterapia da AC Immune combate o Alzheimer e saiba os planos de testes no Brasil
A startup suíça de biotecnologia, AC Immune, está desenvolvendo uma nova imunoterapia para retardar a progressão do Alzheimer, chamada ACI-24.060.
Esta terapia ativa tem como alvo a proteína beta-amiloide, que se acumula no cérebro e é um dos principais fatores que causam a doença.
Além de tratar pacientes com Alzheimer, a terapia também está sendo aplicada em pacientes com Síndrome de Down.
Como funciona a ACI-24.060?
A ACI-24.060 “ensina” o sistema imunológico a identificar e eliminar as partes tóxicas da proteína beta-amiloide, semelhante ao funcionamento das vacinas que treinam o corpo para combater patógenos. Portanto, na prática, ela não é uma vacina, mas tem efeito parecido ao de um imunizante.
Gary Waanders, vice-presidente sênior de relações com investidores e comunicações da AC Immune, explica que esta terapia é projetada para ser segura, administrada de forma não invasiva e facilmente distribuída e administrada pelos sistemas de saúde globais.
Os testes da ACI-24.060, que começaram em 2022, estão atualmente na fase 1a/2 ABATE, com previsão de conclusão em junho de 2026. Nesta fase, a solução está sendo injetada intramuscularmente diversas vezes ao longo de 12 meses.
Andrea Pfeifer, cofundadora e presidente da AC Immune, afirma que a solução vem sendo aplicada sem efeitos colaterais significativos.
Os resultados dos seis primeiros meses de testes devem ser divulgados em agosto, mas resultados significativos são esperados após um ano.
Quando a terapia contra o Alzheimer estará disponível no Brasil?
A fase 3 dos testes da imunoterapia, conduzida pela biofarmacêutica Takeda que possui um acordo de US$ 2,2 bilhões com a AC Immune, incluirá participantes de vários países, incluindo o Brasil.
Andrea Pfeifer afirma que a fase 3 pode acontecer em 2026, ou até mesmo antes, dependendo dos resultados deste ano.
A inclusão do Brasil é considerada relevante devido à sua grande população e à experiência dos centros de pesquisa locais em estudos de fase 3 e de alta complexidade.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece medicações que reduzem os sintomas do Alzheimer, mas que não evoluíram nos últimos 30 anos. Portanto, se a ACI-24.060 for bem-sucedida e aprovada no Brasil, poderá representar um grande avanço no tratamento do Alzheimer.
*Artigo com informações da Folha de S. Paulo.