Vacina contra câncer será testada na Europa; entenda como funciona

Pacientes com vários tipos de câncer poderão contar com uma nova modalidade de tratamento: uma vacina personalizada para combater a doença.

Os  ensaios clínicos começarão no Reino Unido. Até o momento, já são 30 hospitais que se candidataram para participar dos próximos testes. 

O National Health System (NHS), o sistema de saúde da Inglaterra, anunciou no final do mês passado que usou a vacina para tratar seu primeiro paciente contra o câncer do intestino.

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O homem de 55 anos era assintomático e descobriu com câncer colorretal agressivo em um exame de rotina em 2023.

Ele passou por cirurgia e quimioterapia até que os sinais do tumor desaparecessem e se voluntariou para o ensaio clínico.

Como age a vacina contra câncer?

Estas vacinas vão utilizar a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), a mesma usada em algumas vacinas contra covid-19.

Elas não servem para prevenir a doença, mas sim para combatê-la quando já existem no organismo do paciente. 

Para criar as vacinas, primeiramente, é realizada uma análise do tumor de um paciente para identificar mutações específicas do seu tipo de câncer.

Usando essas informações, os médicos criam uma vacina experimental individualizada contra a doença.

Assim, essas vacinas conseguem induzir uma resposta do sistema imunológico que pode impedir o regresso do câncer após a cirurgia ao tumor primário. Essa ação pode também reconhecer especificamente e destruir quaisquer células cancerosas remanescentes.

Os pesquisadores, no entanto, ponderam que ainda é cedo para dizer se as vacinas terão sucesso, embora estejam “extremamente esperançosos”.

Como vai funcionar o tratamento?

Os pacientes que concordam em participar fornecem uma amostra do tecido cancerígeno e passam por um exame de sangue.

Se cumprirem os critérios de elegibilidade de um ensaio clínico, podem seguir para o centro do NHS participante mais próximo.

As vacinas experimentais contra o câncer estão sendo desenvolvidas em conjunto pelas empresas biofarmacêuticas BioNTech e Genentech, membro do Grupo Roche. Elas ainda estão em testes e ainda não foram aprovadas pelos reguladores.

A expectativa é que milhares de britânicos possam se submeter ao experimento nos próximos meses.