Vacina da covid pode estar ligada a aumento do ciclo menstrual

Especialistas defendem, no entanto, que a pequena alteração não é motivo algum para preocupação

Um novo estudo estabeleceu uma ligação entre a vacina contra a covid-19 e um ligeiro aumento na duração do ciclo menstrual.

A descoberta publicada na revista científica Obstetrics & Gynecology vai de encontro a afirmações por parte de algumas mulheres que, nas redes sociais, relatam ter sofrido alterações no ciclo após tomarem a vacina.

No entanto, os autores do estudo advertem que a alteração não representa motivo de preocupação.

Estudo vê ligação entre vacina da covid e aumento do ciclo menstrual
Créditos: FabrikaCr/istock
Estudo vê ligação entre vacina da covid e aumento do ciclo menstrual

“O resultado final é que achamos realmente que estas descobertas são tranquilizadoras para a saúde em geral e para a saúde reprodutiva, e que se articulam com dados igualmente tranquilizadores sobre a segurança das vacinas da covid-19 no que diz respeito à gravidez e à fertilidade”, assegura Alison Edelman, obstetra e ginecologista que é a principal autora do estudo.

Para o estudo, foram analisados dados de quase quatro mil mulheres que utilizaram o aplicativo Natural Cycles para monitorar os ciclos menstruais.

Para mulheres vacinadas, os dados eram de três ciclos consecutivos antes da vacinação e mais três ciclos consecutivos, incluindo o ciclo ou ciclos em que a vacinação ocorreu.

Para as não vacinados, os dados foram coletados por seis ciclos consecutivos. Das 3.959 participantes do estudo, 2.403 foram vacinadas e 1.556 não foram vacinadas.

A maioria dos usuárias vacinadas recebeu as vacinas Pfizer e Moderna.

Pesquisadores dizem que não há razões para se preocupar com essa alteração no ciclo menstrual
Créditos: knape/istock
Pesquisadores dizem que não há razões para se preocupar com essa alteração no ciclo menstrual

Em média, a primeira dose de vacina foi associada a um aumento de 0,71 dias na duração do ciclo, e a segunda dose a um aumento de 0,91 dias.

Portanto, as usuárias vacinadas em dois ciclos tiveram um acréscimo de menos de um dia em cada um dos ciclos vacinais. Os pesquisadores não viram nenhuma mudança significativa na duração do ciclo para usuárias do aplicativos não vacinadas.

Eles acrescentaram que pesquisas adicionais são necessárias para determinar como a vacinação pode influenciar potencialmente outras características menstruais, como sintomas associados (dor, alterações de humor, etc.) e características do sangramento, incluindo fluxo intenso.