Vaginismo: trauma e formação religiosa rígida estão entre causas
Transtorno pode ser causado por doenças como endometriose e infecção urinária, mas também possui origem em questões de fundo emocional
Compreensão e acolhimento. São dois dos remédios mais potentes contra um mal que afeta as mulheres em diferentes idades. E que é alvo de preconceito porque muita gente não sabe do que se trata. Só para dar uma ideia: imagine uma faca penetrando seu órgão sexual. É essa a sensação da mulher que sofre de vaginismo.
No Reino Unido, por exemplo, uma a cada 500 mulheres sofrem dessa doença, segundo matéria da BBC.
E, de fato, as descrições das sensações são terríveis. Há quem fale mesmo que é como se uma faca estivesse sendo enfiada na vagina e sendo torcida. Além de corte, uma dor de esfolamento. Ou de agulhas sendo espetadas.
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Não é para menos. O vaginismo se caracteriza por contrações involuntárias dos músculos da vagina. É como se o organismo estivesse mesmo se recusando a fazer sexo.
Mas por que isso acontece?
Ansiedade e estresse
Algumas causas são fisiológicas. Doenças como endometriose, infecção urinária, hemorroidas e tumores pélvicos ou carúnculas vaginais provocam esse quadro, bem como a atrofia genital depois da menopausa.
Mas, muitas vezes, o vaginismo tem razões emocionais. E aí, principalmente, entram aqueles remédios de que falamos no começo do texto. Compreensão. Acolhimento.
Afinal, traumas, medos, ansiedade e estresse são causadores da doença.
Sexo não é só físico. Tem a ver com crenças, valores, percepções e mesmo experiências passadas.
Assim, uma mulher que tenha sofrido abuso sexual, por exemplo, pode desenvolver vaginismo. Ou mesmo a que tenha passado por um parto muito dolorido.
Acompanhamento psicológico
Fazer sexo pela primeira vez também pode ser uma experiência traumática em várias situações.
Garotas que têm uma formação religiosa muito rígida podem associar a prática sexual a algo proibido, pecaminoso ou sujo. Dessa forma, correm o risco de adquirir o transtorno.
Em casos como esses, o suporte psicológico e psiquiátrico é fundamental para a cura. Porque, sim, o vaginismo é totalmente curável.
O tratamento também requer o acompanhamento de um ginecologista e, se necessário, um fisioterapeuta especializado em saúde da mulher.
São ainda usados anestésicos em forma de pomada e vasodilatadores vaginais ou mesmo pequenos vibradores, além de exercícios que ajudam a mulher a conhecer melhor sua anatomia íntima.
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