Estudo descobre que Viagra pode reduzir tumores; entenda
Cientistas descrevem resultado de pesquisa como 'empolgante'
Medicamentos usados rotineiramente para tratar a disfunção erétil, como o Viagra, podem aumentar as taxas de sobrevivência em pessoas com certos tipos de tumores, tornando o tratamento mais eficaz. É o que indicou um estudo realizado no Reino Unido.
Os pesquisadores descobriram que esse tipo de medicamento, chamado inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5), pode melhorar a resposta à quimioterapia dos pacientes com câncer de esôfago. Mas a esperança é que possa ajudar a tratar outros cânceres também.
“O câncer de esôfago é difícil de tratar porque cerca de 80% das pessoas não respondem à quimioterapia”, diz Tim Underwood, professor de cirurgia gastrointestinal da Universidade de Southampton, que liderou a pesquisa.
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O novo estudo, publicado na revista Cell Reports Medicine, sugere que os inibidores de PDE5 podem melhorar os resultados dos pacientes.
As drogas agem no músculo liso (involuntário), fazendo-o relaxar. No caso de impotência, isso ajuda o músculo liso nas paredes dos vasos sanguíneos a relaxar e dilatar, aumentando o fluxo sanguíneo para o pênis.
No câncer, os medicamentos ajudam ao atingir células chamadas fibroblastos associados ao câncer, que são encontrados na área ao redor dos cânceres, incluindo próstata e pulmão, bem como câncer de esôfago.
Os fibroblastos ajudam na formação de tecido conjuntivo saudável, que fornece a estrutura básica dos órgãos e do tecido humano.
No entanto, as células cancerosas enviam sinais químicos que corrompem os fibroblastos e mudam sua natureza – efetivamente os fibroblastos começam a se assemelhar ao músculo liso, de modo que suportam o crescimento do câncer e aumentam sua resistência à quimioterapia.
Os medicamentos inibidores de PDE5 relaxam a estrutura dos fibroblastos do câncer, de modo que eles se tornam flexíveis, o que significa que não podem mais ajudar o tumor a crescer.
Quando a equipe de pesquisadores testou drogas inibidoras de PDE5 em células cancerígenas no laboratório e em camundongos, eles descobriram que a quimioterapia foi eficaz em 75% dos casos, em comparação com os 20% usuais de pacientes com câncer de esôfago. A equipe espera iniciar testes em humanos em breve.