Viciado em plásticas tem reação rara no pênis após cirurgia
O estilista croata Neven Ciganovic, 45, é conhecido por suas diversas cirurgias plásticas, entre elas três no nariz, procedimentos para melhorar seus lábios, abdômen e queixo.
Recentemente ele viajou ao Irã para uma correção em seu nariz antes da gravação de um documentário sobre sua vida, como relata matéria do New York Post.
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Foi durante o procedimento que ele teve uma reação adversa à anestesia geral e os médicos o diagnosticaram com a condição rara, o priapismo.
O problema causa ereções dolorosas e que duram várias horas, não relacionadas com estimulação sexual ou excitação e que não cessam após o orgasmo.
Alguns anticoagulantes – utilizados em cirurgias – como a varfarina e a heparina estão ligados ao priapismo, de acordo com o Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra.
Ciganovic conta que teve que passar por uma operação para aliviar seu priapismo, mas os médicos advertiram que não se recuperará completamente por alguns meses.
Apesar da reação, ele disse que está considerando mais tratamentos não cirúrgicos para melhorar sua aparência e está ansioso para gravar o filme sobre sua vida: “Eu acho que isso é um grande negócio e espero que este seja o início de minha carreira internacional”.
Priapismo: causa e riscos
“A característica principal do priapismo é que a ereção deixa de ser motivada por estímulo ou excitação sexual. Ou seja, o membro permanece rígido [por mais de quatro horas] sem excitação ou mesmo após a ejaculação. Mesmo a dor, que usualmente interromperia uma ereção normal, não cessa o priapismo”, explica o urologista Valter Javaroni ao Minha Vida, parceiro do Catraca Livre.
Segundo o especialista, existem três tipos de priapismo:
- Isquêmico: quando ocorre aprisionamento de sangue no pênis e com a persistência do problema falta oxigênio e nutrientes para as células que podem morrer. Mais de 95% dos casos são deste tipo;
- Não isquêmico ou de alto fluxo ou arterial: quando o sangue flui (entra e sai do pênis) de maneira abundante e constante mantendo a ereção, mas o pênis não chega a ficar totalmente rígido;
- Existe ainda um terceiro tipo denominado “shuttering” ou recorrente, onde haveria uma sequência de episódios de priapismo isquêmico de menor duração.
Diversos fatores podem acarretar a falha dos mecanismos de controle da ereção e detumescência peniana, que envolvem diversos sistemas do corpo, como cérebro, medula, nervos, hormônios, vasos sanguíneos e o próprio tecido erétil no interior do pênis.
No caso do priapismo de alto fluxo, traumatismos no órgão motivam a formação de uma fístula (comunicação) entre uma artéria e uma veia do pênis, estabelecendo um fluxo contínuo de sangue que perpetua a ereção, aponta Javaroni.
Já as causas do tipo isquêmico podem estar relacionadas a problemas hematológicos (dificuldade da drenagem do pênis, devido à perda de viscosidade normal do sangue), assim como:
- Anemia falciforme
- Talassemia
- Leucemia
- Doenças malignas
- Causas urológicas (onde o uso de medicamentos provoca excessiva duração da rigidez peniana e altera o mecanismo normal de detumescência)
- Uso inapropriado de medicamentos orais para ereção por indivíduos hígidos
- Uso incorreto (doses excessivas) de medicamentos injetáveis (aplicados no pênis) para tratamento de disfunção erétil como a papaverina, prostaglandina e fentolamina
- Uso excessivo de anéis e outros dispositivos para garrotear a base do pênis e prolongar a rigidez
- Causas químicas (drogas e medicamentos), consumo de medicamentos anticoagulantes, uso de antidepressivos como trazodona e bupropiona
- Uso de drogas ilícitas como heroína e cocaína.
“Sempre que uma ereção se tornar prolongada (além de duas horas) e dolorosa algumas medidas podem e devem ser adotadas. Elas vão ser proporcionais ao risco, à chance de ter um problema como esse”, indica o urologista.
A principal complicação das crises de priapismo é a disfunção erétil ou impotência sexual. Leia matéria completa.