Vitamina E na gravidez pode reduzir risco de alergia alimentar em bebês

Estudo reforça a importância da nutrição materna na prevenção de doenças alérgicas

Por Silvia Melo em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
20/02/2025 06:21

A suplementação com α-tocoferol, uma forma de vitamina E, pode diminuir o desenvolvimento de alergias alimentares e anafilaxia em bebês, segundo um estudo publicado no The Journal of Immunology. A pesquisa, conduzida com camundongos, sugere que a inclusão da vitamina na dieta materna durante a gestação e a lactação pode reduzir significativamente o risco de sensibilização a alérgenos alimentares, como o amendoim.

Como funciona o efeito protetor da vitamina E?

Os pesquisadores observaram que os filhotes de camundongos cujas mães receberam α-tocoferol apresentaram uma redução na produção de anticorpos IgE, relacionados às reações alérgicas, e menor incidência de anafilaxia induzida por amendoim. O efeito positivo foi associado ao aumento dos níveis de α-tocoferol nos filhotes.

Para testar a resposta imunológica, os camundongos foram expostos a alérgenos comuns na infância, como poeira doméstica e detergente, e posteriormente ao alérgeno alimentar por via oral. Os resultados mostraram que a suplementação materna impactou diretamente na redução da sensibilização alérgica.

Vitamina E na gravidez pode reduzir risco de alergia alimentar em bebês
Vitamina E na gravidez pode reduzir risco de alergia alimentar em bebês - simarik/istock

Impacto na prevenção de alergias

A atualização das diretrizes de introdução alimentar precoce é um passo importante na prevenção de alergias, mas o estudo destaca a necessidade de novas intervenções para bebês que já apresentam predisposição. A suplementação materna com α-tocoferol pode ser uma estratégia complementar promissora para reduzir o risco de alergias alimentares na infância.

Os achados reforçam a importância da nutrição materna na prevenção de doenças alérgicas e indicam um novo caminho para reduzir a incidência de alergias alimentares em bebês. O próximo passo será avaliar como esses resultados podem ser traduzidos em recomendações práticas para gestantes ao redor do mundo.