39% dos brasileiros pretendem viajar ainda este ano, diz pesquisa
Pesquisa feita em 16 países da América Latina, entre eles o Brasil, mostra cenário das viagens para as férias de verão
Quase 39% dos brasileiros pretendem viajar ainda este ano, segundo pesquisa da agência de comunicação Interamerican Network sobre os hábitos dos viajantes no pós-covid.
No levantamento feito em outubro de 2020, o percentual era de 34%, agora são 38,7% (considerando viagens em até dois meses).
Já 24,5% dos entrevistados disseram que pretendem viajar somente daqui a três ou quatro meses (24,5%).
Sobre a quantidade de viagens que pretendem fazer, 49,2% dos brasileiros responderam que apenas uma, enquanto 47,7% declararam o desejo de fazer de duas a três viagens nos próximos meses.
Viagens em família (36,3%) ou com o par romântico (30%) são as modalidades mais escolhidas. Destinos de praia são os preferidos, como em todas as últimas pesquisas, seguidos por destinos urbanos, de grandes cidades.
A maioria (50,2%) declara que pretende viajar dentro do país, índice que voltou a subir em 2021: no segundo semestre de 2020, ele era de 47%.
Quanto a viagens para fora do país, somente daqui a 12 meses foi a opção mais escolhida, com 35,1%, seguida de daqui entre sete e 12 meses (27,5%), o que sugere também o impacto da alta do dólar no orçamento, uma vez que as fronteiras de muitos países já reabriram para os brasileiros.
Para Danielle Roman, presidente e CEO da Interamerican, apesar das viagens terem voltado, ainda existe uma cautela dos viajantes. “As pessoas estão sedentas por viagens. O avanço da vacinação e a queda nas taxas de infecções e mortes dão o pontapé que faltava para a retomada do turismo. Porém, ele volta com cautela, com parâmetros muito claros de segurança, tanto sanitária quanto financeira, o que é bom para todos”.
Meios de transporte e hospedagem
O meio de transporte de preferência é o avião, seguido do carro próprio, o que reforça a tendência de viagem no próprio país. Os meios de hospedagem escolhidos são, nesta ordem, hotéis de redes, pousadas e casas ou apartamentos de aluguel por temporada. Casas de parentes ou amigos e hostels são as opções menos votadas para o público entrevistado.
Segundo os participantes da pesquisa, passagem aérea e hospedagem representam os maiores custos de uma viagem. Gastos em restaurantes e com passeios vêm em seguida.
“E, conforme sugerido nas pesquisas anteriores, talvez não se possa mais afirmar que fazer compras é uma das principais atividades dos brasileiros quando viajam, uma vez que, das cinco opções apresentadas, esta apareceu como representando o menor impacto nas contas”, comenta Osmar Maduro, diretor da Interamerican e coordenador da pesquisa.
Resultados na América Latina
A pesquisa da Interamerican também ouviu viajantes latino-americanos de 15 países. Quase 60% afirmaram que pretendem viajar até fevereiro de 2022, período que compreende os meses mais quentes no hemisfério Sul.
A quantidade de viagens que os latino-americanos pretendem planejar no período varia entre uma (48,61%) e duas a três (48,23%), em companhia da família (35,69%) ou do par romântico (28,16%), para a praia (26%) ou destinos urbanos (22%) e dentro do próprio país (43,40%).
Viagens internacionais, segundo os respondentes, apenas daqui a sete ou 12 meses (26%) ou após 12 meses (26%). O meio de transporte preferido é o avião (47%), enquanto o tipo de hospedagem de preferência é um hotel de rede conhecida (31%).
Os principais gastos com a viagem, segundo eles, são a passagem aérea (33%) e a hospedagem (25%), seguidos de restaurantes (16%), compras (14%) e passeios (13%).
Preocupações de ordem econômica e relacionadas à pandemia seguem impactando as viagens. Dentre os fatores mais importantes no planejamento das férias, segundo os entrevistados, estão promoções/ofertas (23%), orçamento e segurança/higiene dos fornecedores (ambas com 21%), destinos com baixo risco de COVID-19 (18%) e flexibilidade para remarcar a reserva (17%).
Na pesquisa, foram ouvidas 1.117 pessoas na América Latina, no mês de outubro de 2021. 54% delas era do sexo feminino, 39,21% eram casadas com filhos e as faixas etárias mais presentes foram de 45-54 anos (25,69%), 35-44 anos (23,19%) e 55-64 anos (22,65%). Dentre os 16 países que participaram da pesquisa, respondentes do Brasil, Argentina, Colômbia, México, Chile e Peru foram a maioria, respectivamente. No Brasil, a pesquisa foi feita em parceria com a Catraca Livre.