Caminhada em São Paulo celebra aniversário de Nelson Mandela
No próximo sábado, 22 de julho, acontece na capital paulista a primeira caminhada pela paz em celebração ao International Mandela Day (Dia Internacional do Mandela), organizada pelo Consulado da África do Sul no Brasil, em parceria com o escritório da South African Tourism (SAT), órgão de promoção e incentivo ao turismo do país
O evento acontece, às 7h, na praça de eventos do Parque do Ibirapuera, com entrada pelo portão 10 e tem entrada gratuita.

Comemorada, oficialmente, todo dia 18 de julho, a data foi instituída pela Assembléia Geral das Nações Unidas para homenagear o nascimento de Madiba, como Mandela é conhecido pelos sul-africanos, um dos mais importantes ícones mundiais na luta pela democracia, liberdade e igualdade.
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E para celebrar a data, o Viagem em Pauta relembra nossa passagem pela África do Sul, em um roteiro turístico dedicado a Nelson Mandela.
Durante séculos, a África exportou para o mundo, involuntariamente, seus filhos para terras distantes do outro lado do Atlântico.
Suas línguas maternas ganharam novas palavras, seus sons se fundiram em outros ritmos e sua história foi apagada em nome de uma cultura desconhecida que lhe fora imposta por estrangeiros.
Mas agora o caminho é contrário.
Para comemorar os mais 20 anos de democracia no país, duas décadas depois de Nelson Mandela se transformar no primeiro presidente a ser eleito democraticamente, a África do Sul conta com um roteiro turístico dedicado a um dos mais importantes líderes políticos do mundo.
O mapa turístico Madiba-inspired tourist attractions (“Atrações turísticas inspiradas na vida de Madiba”, em tradução livre para o português) é uma criação em conjunto do órgão de turismo de África do Sul (South African Tourism) e da Nelson Mandela Foundation. O projeto destaca pontos turísticos nas quatro províncias sul-africanas relacionadas à vida de Nelson Mandela.
Ube nohambo oluhle, como se diria “boa viagem”, em língua zulu.
Joanesburgo
A capital da província de Gauteng, cidade com mais de 5 milhões de habitantes, concentra o maior número de atrativos relacionados a um dos períodos mais dolorosos do país: o apartheid.
Constitution Hill

Este Monumento Nacional está localizado em um forte do final do século 19 e foi responsável pelo isolamento de líderes que lutaram contra o apartheid, como Mandela e o indiano Gandhi, prisioneiros da Guerra dos Bôeres e manifestantes presos do Soweto.
No tour guiado, é possível conhecer a atual Corte Constitucional da África do Sul, o forte de 1893, a penitenciária feminina que abrigou nomes como Winnie Mandela e Albertina Sisulu e a temida Number Four, o edifício principal que abrigava as celas locais.
www.constitutionhill.org.za
Apartheid Museum

Este é um dos mais impactantes endereços dedicados à segregação racial na África do Sul.
O local reconta a história do sistema separatista criado pelo holandês Hendrik Frensch Verwoerd que, na África do Sul, durou de 1948 a 1994.
Pioneiro em seu gênero, o museu multimídia abriga salas temáticas sobre a classificação de raças, a segregação e a histórica eleição de 94.
As duas portas de ferro na entrada que selecionam o visitante de acordo com a cor da pele dá uma ideia do que se pode encontrar lá dentro. Visitantes negros devem usar o acesso para brancos e brancos têm acesso pela porta onde se lê “Não-brancos”.
www.apartheidmuseum.org
Liliesleaf Farm

Essa fazenda localizada em uma antiga área rural de Joanesburgo foi o endereço secreto dos líderes que lutaram pelo fim do apartheid, entre 1961 e 1963.
Localizada em Rivonia, a atração ainda preserva as casas onde eram tomadas as decisões para as ações seguintes de líderes como Mandela e Walter Sisulu.
O local abriga o antigo quarto de Madiba, móveis da época e objetos considerados ilegais pela polícia branca como livros e documentos.
www.liliesleaf.co.za

Essa antiga casa de tijolos a vista foi uma das residências de Mandela, quem dividiu os cômodos minúsculos com duas de suas esposas. Atualmente, abriga um acervo discreto com objetos, fotografias, documentos e móveis da época.
Localizada no Soweto, cidade próxima a Joanesburgo, a construção se encontra no número 8115 da Vilakazi Street, declarada a única rua do mundo a ter abrigado dois Nobel (Mandela e o arcebispo Desmond Tutu).
www.mandelahouse.com
Hector Pieterson Memorial
Espaço dedicado a Hector Pieterson, o garoto de 12 anos assassinado durante o protesto que ficou conhecido como “Levante do Soweto”, manifestação de 1976 contra a imposição do aprendizado do africâner, idioma usados pelos brancos de origem holandesa.
No acervo do memorial há testemunhos dos envolvidos, fotos e documentos.
Cidade do Cabo
Robben Island

Uma das mais atrações turísticas mais populares do país, essa ilha guarda boa parte da história política de Mandela. Foi ali que o líder esteve confinado por 19 anos, entre 1963 e 1982.
Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a ilha fica a 11 km da Cidade do Cabo e abriga celas como a de Mandela (o famoso prisioneiro 466/64) e instalações como cemitério, hospital e escola instalados no local.
Os tours são feitos de ônibus, com direito a uma parada estratégica para avistar a bela Montanha da Mesa, e são guiados por ex- presidiários.
www.robben-island.org.za
Nobel Square

Praça localizada no V&A Waterfront com esculturas dos quatro sul-africanos que já ganharam Prêmio Nobel: Nelson Mandela, Desmond Tutu, o ex-presidente Frederik Willem de Klerk e o ativista Albert Luthuli.
Província de Kwazulu-Natal
The Capture Site
Foi no “Lugar da Captura” que Mandela seria preso , nos anos 60, e começaria seus 27 anos de prisão.
No local uma escultura com 50 hastes de aço de até 9.5 metros de altura dão forma à imagem de Mandela (foto à esq.) e recepcionam os visitantes nesse memorial com exposições temporárias.
www.thecapturesite.co.za
Pollsmoor Prison
Localizada a 25 minutos da Cidade do Cabo, em Tokai, é uma das maiores do Cabo Ocidental e também serviu de confinamento, em 1982, de nomes como Mandela, Walter Sisulu e Andrew Mlangeni.
Atualmente, um inusitado roteiro oferece refeições servidas pelos próprios prisioneiros dessa penitenciária de segurança máxima, conhecida como ‘Idlanathi’.