Conheça cidades brasileiras que mantêm tradições japonesas

Você não precisa ir para o outro lado do mundo para conhecer um pouco da cultura japonesa. No Brasil, cidades colonizadas pelos orientais mantêm até hoje as tradições nipônicas.

A maior concentração de japoneses está no Sul e Sudeste do país, mas isso não quer dizer que os nikkeis –como são conhecidas as pessoas com origem japonesa– residam apenas nessas regiões.

O número estimado de brasileiros com ascendência japonesa é de 1,5 milhão, de acordo com o Consulado Geral do Japão em São Paulo. Eles também estão no Centro-Oeste e Norte no país.

O Tanabata Matsuri, festival que ocorre geralmente no primeiro final de semana de julho em São Paulo
O Tanabata Matsuri, festival que ocorre geralmente no primeiro final de semana de julho em São Paulo

No Paraná, a cidade de Assaí possui a maior concentração de nipo-brasileiros do Estado. Desde o final da década de 30, com a colonização dos japoneses, as tradições orientais são passadas de pai para filho.

A população, miscigenada entre brasileiros e japoneses, realiza os eventos da cidade, como O Bon Odori e o Tanabata, perpetuando a cultura oriental existente no dia a dia da cidade. O sistema de produção de frutas e o espaço agrícola da cidade também são realizados com técnicas japonesas.

Em São Paulo vivem cerca de 400 mil japoneses. O maior reduto da colônia nipônica fora do Japão é o bairro Liberdade, onde as fachadas são escritas com ideogramas japoneses e a arquitetura é tradicionalmente oriental. O bairro é conhecido por receber turistas de todo o mundo, apaixonados pela cultura e tradição orientais.

Cultivo de frutas em Ivoti (RS)
Créditos: Xiru Sander Scherer
Cultivo de frutas em Ivoti (RS)

A Feira da Liberdade, na capital paulista, reúne aos finais de semana elementos típicos da cultura do Japão, com destaque especial para a gastronomia.

Para quem procura pelas tradições nipônicas mais ao Sul do país, o destino é Ivoti, no Rio Grande do Sul. Em 1996, os dirigentes da cidade destinaram terras para serem ocupadas por 26 famílias de imigrantes, formando a colônia japonesa produtora de uvas, kiwi, hortaliças e flores.

A colônia cresceu e hoje é responsável por realizar festas culturais, como Feira da Colônia Japonesa, a gincana esportiva Undo Kai e o evento Enguei Kai. O turista que visita Ivoti tem a oportunidade de conhecer o Memorial da Colônia Japonesa, com relíquias e artefatos que contam a história e conquistas japonesas no Eestado.

No outro extremo do país, na região Norte está a cidade com a terceira maior colônia japonesa do Brasil. Os primeiros imigrantes chegaram a Tomé-Açu, no Pará, em 1926, quando um grupo de cientistas japoneses foram ao estado para localizar áreas nas quais pudessem ser instaladas colônias agrícolas e, a partir delas, dinamizar a economia com práticas modernas de cultivo.

Em 1929, a Companhia Nipônica de Plantação do Brasil comprou terras paraenses e 189 japoneses iniciaram uma nova jornada naquela região. A cidade foi presenteada com o trabalho dos imigrantes e ganhou o título de maior produtora brasileira de pimenta-do-reino.

Por Nayara Oliveira, do MTur