Finais da NBA: Toronto x Oakland, numa disputa em dicas de viagem
Decida a disputa entre a maior cidade do Canadá e a vizinha de San Francisco
Toda temporada de basquete a cena se repete aqui em casa: TV ligada e nossa torcida para o Golden State Warriors, desde 2015. Só não deu certo em 2016, quando o título foi para o Cleveland Cavaliers. Mas, neste ano, os playoffs da NBA nos deixaram numa encruzilhada. Torcemos muito para o Toronto Raptors ser campeão da Conferência Leste, foi emocionante o último jogo! Só que, agora, fica a dúvida: para quem torcer nas finais?
O amor pelo Canadá é antigo. Nathalia escreve sobre o país há mais de dez anos –aliás, para saber onde ficar em Toronto, com hotéis por bairros, dá uma olhada nesse texto completinho do link. A maior cidade do Canadá está na nossa vida o tempo todo, pelas muitas dicas que damos aos leitores do Como Viaja, pelos diversos itens de souvenir que fazem parte da nossa rotina. É assim também com San Francisco. A Golden Gate e o bondinho da cidade decoram nossa sala em pinturas que a Nathalia comprou de um artista local no Fisherman’s Wharf.
Sim, sabemos que o Golden State Warriors não fica nesse destino. Até já foram dali, mas sua base é em Oakland, do outro lado da Baía de San Francisco. Cidade-irmã da californiana mais famosa, Oakland está na lista de “Best Trips” da “National Geographic” para 2019. Adivinha quem mais aparece nessa seleção? Toronto! Ou seja, temos mesmo um páreo duro nesses playoffs de viagem. Quem sai ganhando é o visitante, que pode conhecer as duas, apresentadas aqui em 7 dicas, numa brincadeira com o número de jogos finais da NBA, a liga de basquete profissional norte-americana.
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1. Ícones: CN Tower x Golden Gate
Diante do Lake Ontario, um dos Grandes Lagos na fronteira do Canadá com os Estados Unidos, a CN Tower é o principal símbolo de Toronto. É possível visitar vários andares, incluindo um piso duplo de vidro e janelas panorâmicas a 346 metros. Corajosos podem caminhar do lado de fora no Edge Walk, atividade disponível nos meses de clima quente.
Seus 553,33 metros de altura total podem ser vistos de vários pontos da cidade. À noite, sua iluminação muda de tom conforme a ação ou comemoração destacada no calendário local. Um vermelho alaranjado é a cor da bela Golden Gate Bridge. Com 2,7 quilômetros de extensão, a ponte liga San Francisco a cidades da área da baía. Oakland tem outra ponte que faz sua ligação direta com sua cidade-irmã mais famosa. Mas a Golden Gate é um ícone da região e seu desenho estampa as camisas dos Warriors. Também dá para atravessar a ponte a pé ou de bicicleta.
2. Compras e agito: Yonge-Dundas Square x Jack London Square
Jack London Square fica no distrito de mesmo nome, na orla de Oakland. Foi batizada assim em alusão ao escritor Jack London, que viveu sua infância nessa antiga região portuária, mas que ainda hoje concentra uma série de negócios da cidade. Nos últimos anos, o bairro tem passado por um gradual processo de revitalização, atraindo uma série de novos restaurantes e lojas. Ainda é possível experimentar um pouco da atmosfera que inspirou o autor de “O Lobo do Mar” em locais como o Heinold’s First and Last Chance Saloon, bar cujas as portas estão abertas ao público desde 1883. A Yonge-Dundas Square, em Downtown Toronto, é agitada o ano todo.
O encontro entre duas grandes ruas da cidade (juntas dão nome à praça) é frequentemente comparado à Times Square de Nova York, por seus brilhantes letreiros. Tem hotéis, cinemas, restaurantes e lojas, muitas lojas, ao redor. Ali estão entradas para o Eaton Centre, principal shopping local, e para o Path de Toronto, subterrâneo da cidade que conecta centros comerciais, edifícios e estações de metrô.
3. Principais museus: Royal Museum of Ontario x Oakland Museum of California
Os dinossauros, cuja pata são o símbolo do Toronto Raptors, são o destaque do principal museu da cidade. O Royal Museum of Ontario (ROM), com 6 milhões de peças (o maior acervo do Canadá), tem ainda excelentes objetos da Mesopotâmia e pedras preciosas da América do Norte. A fachada até parece uma. Projetada pelo arquiteto Daniel Libeskind, não é uma unanimidade, mas sem dúvida se destaca na esquina da Bloor Street com a Queen’s Park. Em maio e junho, a Friday Night Live junta música e arte em um animado evento das 19h às 23h30, para adultos.
Já o Oakland Museum of California (OMCA) reúne famílias nas noites de sexta. Entre 17 e 22 horas, food trucks e DJ’s comandam a animação em um ritual que atrai jovens e casais com filhos para encontros de fim de tarde e algumas oficinas de arte gratuitas. Inaugurado em 1969, ele é uma espécie de museu da gente californiana, cuja formação e diversidade podem ser compreendidas em exposições a partir de três temas centrais: arte, ciências naturais e história.
4. Gastronomia com vinho: Niágara x tour por vinícolas
Na Califórnia ou em Ontario (província canadense onde se localiza Toronto), o vinho certamente está no cardápio de atividades. O Urban Wine Trail de Oakland conta até com aplicativo para você planejar sua visita a vinícolas dentro da cidade, instaladas em antigos armazéns.
Em Toronto, um dos passeios próximos é juntar Cataratas do Niágara e visita às vinícolas — ficam a uma hora e meia de carro —, mas dá para degustar o vinho dessa importante região produtora na própria metrópole. Os restaurantes costumam oferecer em suas cartas rótulos da província. Nas duas cidades, os menus tem receitas elaboradas com ingredientes locais, no melhor estilo farm-to-table, deliciosa tendência difundida pela Califórnia.
5. Arte ao ar livre: Graffiti Alley x grafite nas esquinas
As ruas de Oakland têm em torno de 1.000 grafites, e não faltam referências aos Warriors. O genial armador Stephen Curry está presente em pelo menos três muros, um deles em um restaurante na Martin Luther King Jr. Way. Eleito o melhor jogador da temporada 2017-2018 da NBA, o ala Kevin Durant teve seu voo fantástico para uma enterrada imortalizado em Temescal Alley. Mais que uma forma de expressão, os grafites em Oakland promovem inserção social. O famoso mural da Alice Street é obra do Projeto de Rejuvenescimento Comunitário (Community Rejuvenation Project), iniciativa que há mais de uma década envolve artistas locais e novos talentos em processos artísticos colaborativos.
Toronto também valoriza a manifestação artística das ruas — Uber 5000, um dos nomes do grafite por lá, assinou murais nos escritórios locais do LinkedIn e do Facebook. Falando em rede social, dois famosos pontos instagramáveis ficam perto da Spadina Avenue: a Graffiti Alley, beco-galeria de arte urbana com uma sequência de desenhos, e as Calii Wings, asas pintadas pela artista californiana Colette Miller, em seu projeto Global Angel Wings, que espalha amor pelo mundo desde 2012.
6. Bairro asiático: Chinatown x Chinatown
Uma das comunidades chinesas mais antigas dos Estados Unidos, surgida por volta de 1850, a Chinatown de Oakland incorporou novas etnias com as chegadas de vietnamitas, japoneses e tailandeses. Mas ainda é o Pato Pequim quem figura em destaque nas vitrines dos restaurantes. A Chinatown de Oakland é um território composto por 16 quarteirões, onde é possível descobrir os segredos da fabricação do tradicional biscoito da sorte. E você vai precisar de muita para não perder a conta dos dragões grafitados em preto e dourado pelos muros do bairro.
Os letreiros em chinês não deixam dúvida de que você está na Chinatown de Toronto. Ali, ao lado dos pratos de dim sum, o pato também é o especial apreciado. Mas o bairro é mais novo do que o de Oakland. Os chineses começaram a chegar a Toronto no fim do século 19 e imigraram em maior número no meio do século 20. Hoje lojas e restaurantes se espalham no cruzamento da Dundas Street com a Spadina Avenue. Agosto é mês de festival típico nas duas cidades, com entretenimento, compras e comida.
7. Endereços hipsters: West Queen West x Temescal
Um dos bairros mais antigos de Oakland, Temescal não escapou do raio hipster. Cafés, ateliês, lojas e barbearias mudaram a cara do velho beco ladeado de estábulos. Repaginada, a Temescal Alley virou imã de turistas e da vizinhança local, composta por jovens casais, millennials e público LGBT. Sinais da imigração ocorrida no fim do século 19 ficam evidentes em tours gastronômicos por restaurantes de origem italiana, etíope e mexicana.
Para encontrar as mais arrojadas tendências, o endereço em Toronto é o extremo oeste da Queen Street, pedaço da rua chamado de West Queen West. Reúne lojas de vinil, galerias, cafés, brechós e boutiques alternativas.
Por Nathalia Molina e Fernando Victorino