Joinville realiza maior festival de dança do mundo

 Por Heitor e Silvia Reali, do site Viramundo e Mundovirado

 

Se dançar é viver, como afirmava a grande dançarina Isadora Duncan, a cidade com nome francês, jeito alemão e um toque russo, oferece aos viajantes a pulsação dessa arte do movimento, em leituras clássicas e contemporâneas. Desde esta quarta até 1º de agosto, acontece aqui em Joinville, Santa Catarina, o maior festival de dança do mundo, que este ano está na sua 33ª edição. São 6.500 participantes, entre bailarinos, professores, coreógrafos, estudantes, e artistas consagrados, que irão ampliar a sua ideia da própria dança e do que ela pode significar.

Em Joinville, o trivial desemboca no fantástico, do comum irrompe o insólito, e assim uma dimensão nova de dança –e de arte– se manifesta nesse evento que ocupa praças, teatros, shoppings, ruas e até mesmo hospitais, escolas e igrejas da cidade. Nessa maratona dançante, com apresentações de 403 grupos brasileiros e oito estrangeiros, estão presentes todos os gêneros de dança: neoclássico, clássico, contemporâneo, jazz, sapateado, danças populares e danças urbanas.

O que difere e torna único esse evento dos demais realizados mundo afora, é que as atrações priorizam as escolas de dança com destaque para grupos amadores. Estes, vindos de quase todos os estados brasileiros, e que já passaram por rigorosa seletiva, terão a oportunidade de apresentar suas novas expressões artísticas. Já os profissionais colocam suas performances postas à prova nas noites especiais. Enfim, a beleza do improviso mostra o processo criativo que empolgará o público, para que ninguém saia indiferente aos espetáculos.

Essa diversidade de estilos que aqui se apresenta nos faz recordar agora as palavras de Pina Bausch, coreógrafa e dançarina alemã: “ por meio da dança as pessoas falam sobre a alma”.

Joinville se orgulha de ter a única filial no mundo da renomada companhia russa Bolshoi. Esta,  abriu ontem, o Festival de Dança, com o “Quebra-Nozes” de Tchaikovsky, na versão do mestre russo Vladimir Vasilev que também assina o lúdico cenário.

Foi arrebatador.

Viajamos no sonho da menina na noite de Natal, povoado de soldadinhos de chumbo que lutam  contra o rei dos ratos, e mais odaliscas, chineses e danças russas. Só para demonstrar a beleza do espetáculo, este foi interrompido diversas vezes pelos aplausos e vivas de uma plateia empolgada.

Já na Noite de Gala, no dia 27 de julho, será a vez da apresentação de vanguarda e poética do grupo italiano Evolution Dance Theater, que funde dança, acrobacia, mágica e ilusão. E, no dia do encerramento do Festival, acontece a Noite dos Campeões, com a premiação dos melhores dançarinos, coreógrafos e dos grupos de dança.

Programe-se para viajar até essa cidade e assistir também as apresentações do Grupo de Dança Primeiro Ato de Belo Horizonte, Companhia Urbana de Dança do Rio de Janeiro, Maniacs Crew de Joinville, e Pavilhão D de São Paulo.

Dica: Para não perder nenhum espetáculo, confira em vários pontos espalhados pela cidade um calendário que avisa o dia, horários, locais onde vão rolar as apresentações dos grupos de dança.