Le Havre é refúgio moderno para explorar toda a Normandia

Um dos quadros mais famosos de Monet, “Impression, soleil levant”, mostra o contraste entre o mar e a luz do amanhecer no porto de Le Havre. Quase dois séculos se passaram, e a cidade, que hoje é ícone arquitetônico da França, com o status de Patrimônio da Humanidade pela Unesco, continua encantando também por suas pequenas delicadezas, como sua luminosidade quase mágica e sua vocação natural para arte de vanguarda.

A duas horas de Paris de trem ou carro e com excelente infraestrutura hoteleira, LeHavre é também um ótimo ponto de partida para explorar toda a Normandia. Em 40 minutos de carro de Le Havre é possível visitar as impressionantes falésias de Étretat, e as cidades de Honfleur e Deauville. Em uma hora é possível chegar a cidades históricas como Lisieux e Caen.

Imortalizada pelos mestres do impressionismo, a Normandia é um desses raros destinos que misturam arquitetura, arte, paisagens bucólicas, espiritualidade e gastronomia. Imagine encontrar, na mesma região, as praias e jardins que inspiraram Monet e Boudin na maioria de suas obras, a arquitetura de Auguste Perret, lugares históricos de guerras como as dos 100 anos e 2ª Guerra Mundial, a basílica de Santa Tereza, o Mont Saint Michel, além de degustar as melhores cidras e queijos, como o Camembert e Livarot.

Arquitetura e arte

Le Havre, por si só, já é um grande destino turístico cheio de camadas a serem descobertas. Com hotelaria charmosa e elegante, a cidade proporciona uma experiência inesquecível já na própria hospedagem: a maioria dos hotéis ficam em edifícios projetados pelo renomado arquiteto Auguste Perret, que renderam à Le Havre, há 10 anos, a chancela de Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Isso significa que, no quarto do hotel, já é possível usufruir da famosa “Luz da Normandia”, muito celebrada pelos pintores impressionistas e valorizada pelo arquiteto com suas janelas verticais.

Além do design de Perret, a cidade evidencia toda sua abertura à arquitetura contemporânea com um teatro desenhado por Oscar Niemeyer, que fica no meio da cidade, o “Volcan”, inaugurado em 1982. O museu de belas artes MuMA (Museu André Malraux de Arte Moderna), que tem o maior acervo de pintura impressionista da França após o Museu D’Orsay em Paris, também é um dos ícones arquitetônicos da cidade, projetado pelos aprendizes de Perret, Guy Lagneau e Raymond Audigier. Suas paredes de vidro de frente para a entrada do porto de LeHavre se fundem à cidade. É como se o estuário fosse parte do museu, e o museu, parte do porto.

Além das construções modernas e contemporâneas, em Le Havre também é possível conhecer um pouco da arquitetura Normanda –muito parecida com o enxaimel de algumas regiões alemãs– além de patrimônios que vão desde o século 9, como a Abadia de Graville, até a casa do Armador, construção clássica do século 18.

Compras e gastronomia

Outra atração surpreendente de Le Havre é sua oferta de lojas e gastronomia. A cidade conta com shoppings modernos, como o Docks Vauban. Localizado em um galpão completamente revitalizado nas docas com design de vanguarda, o espaço tem restaurantes, mais de 60 lojas como Mango, H&M e Zara, e até um cinema decorado por Christian Lacroix.

A gastronomia da cidade é também um capítulo à parte. Em Le Havre fica o restaurante do renomado chef Jean-LucTartarin, com duas estrelas do guia Michelin. Mas são os pequenos bistrôs que fazem a alegria dos turistas. A cidade, com vocação natural para os frutos do mar, serve excelentes pratos à base de camarões, mariscos e peixes em geral. Provar as Coquilles St. Jacques na cidade é praticamente uma experiência obrigatória. Sempre muito frescas, o prato típico da costa francesa é preparado de forma criativa e variada em Le Havre.

Le Havre – Brasil

Para os brasileiros, Le Havre ainda oferece pontos de interesse especiais, além do conhecido “Le Volcan” de Oscar Niemeyer. A cidade foi durante muitos anos o principal porto de entrada para o café que era exportado à Europa. No museu do Hotêl Dublocage de Bléville é possível ver relíquias de embarcações que faziam as travessias atlânticas e até gravuras dos navios “Le Paulista” e “Le Carioca” que faziam o transporte de mercadorias e passageiros entre o Brasil e Le Havre.