O turismo caiçara da Ilha do Araújo, em Paraty

03/06/2016 13:23 / Atualizado em 07/05/2020 03:19

Por Eduardo Cordeiro, da Garupa

Passear de canoa, fazer trilhas pela mata, pescar com rede para, quem sabe, pegar o peixe da próxima refeição. Passear com os moradores, ouvir suas histórias, viver seu dia a dia. Assim é a rotina de quem visita a Ilha do Araújo, pertinho da cidade histórica de Paraty.

A ilha é a maior da baía paratiense, mas isso não quer dizer que ela seja enorme: são apenas dois quilômetros de extensão por um de largura, e parte desse território é tomado por casas particulares. Da outra parte, um cenário bucólico formado pela praia do Pontal e pela igrejinha de São Pedro, quem cuida –com muito carinho!– é sua comunidade.   

 
 

Hospedagem comunitária

O interesse dos moradores pelo turismo ganhou força há cerca de 10 anos, quando o líder comunitário Almir Tã viu que a atividade poderia gerar renda e ajudar a manter vivas as tradições caiçaras do lugar. Mas algo teria que mudar. “Recebíamos passeios de barco, turismo de massa, gente que deixava muito lixo e pouco dinheiro aqui. E percebemos que gostaríamos de receber outro tipo de visitante. Conseguimos dinheiro e melhoramos as casas de alguns moradores para receber hóspedes, compramos lençóis bons, passamos a divulgar a ilha de uma outra forma, a investir em outro tipo de viajante”.

Os turistas de um dia ainda são maioria na Ilha do Araújo, onde moram cerca de 150 famílias. Mas o perfil do público mudou. “É gente que gosta de conhecer a nossa cultura, de conversar com os moradores”, completa Almir. Nos feriados prolongados, no entanto, é preciso reservar com antecedência para conseguir se hospedar nas casas, que cobram cerca de R$ 180 a diária –com café da manhã, almoço e jantar. Entre as refeições realizadas na ilha, uma receita típica caiçara é presença certa: o peixe assado na folha de bananeira. 

 
 

São Pedro e São Paulo

De 24 de junho a 3 de julho, a comunidade da Ilha do Araújo promove uma de suas festas mais importantes: a de São Pedro e São Paulo, com apresentações musicais e venda de comidas típicas e de artesanato. A comemoração termina com uma tradicional procissão marítima, que parte da ilha e segue em direção ao centro histórico de Paraty.

Como chegar

A Ilha do Araújo fica a apenas 300 metros do continente, na altura da praia Grande (a 10 quilômetros do centrinho de Paraty). Barcos fazem a travessia em 10 minutos. Para saber mais sobre o destino ou para reservar uma hospedagem domiciliar, é só falar com o Amir Tã: (24) 99841-8752.

*Texto originalmente publicado em 31/05/2016 no site da Garupa

 
 

Viajar pode fazer mais. Por você e pelos lugares que visita. Este é o lema da Associação Garupa, Organização Social de Interesse Público (OSCIP) que trabalha com o turismo sustentável como ferramenta para promover distribuição de renda e preservação de riquezas naturais e culturais do Brasil. A Garupa atua no apoio a comunidades e iniciativas em três frentes: por meio de consultoria para campanhas de crowdfunding, da realização de Expedições Garupa ou da divulgação de experiências sustentáveis através do Guia do Brasil Autêntico.