Polinésia Francesa possível: dicas para economizar no Taiti

O Viagem em Pauta visitou a região e trouxe na bagagem esse guia com dicas e sugestões de roteiros

As descrições detalhadas sobre o Taiti nos diários de Charles Darwin parecem tão atuais como se aquele jovem cientista inglês acabasse de desembarcar na Polinésia Francesa: temperaturas elevadas, águas suaves, montanhas cônicas e ilhas de corais que emergem do oceano.

Mas visitar terras paradisíacas do outro lado do planeta tem seu preço. No caso da tripulação do navio Beagle, foi a longa travessia de 5.100 km, entre o arquipélago de Galápagos e o Taiti, no Pacífico Sul.

Vista de Motu Avera, em Taha’a, na Polinésia Francesa
Créditos: Eduardo Vessoni
Vista de Motu Avera, em Taha’a, na Polinésia Francesa

Já para os viajantes modernos, o preço que se paga são os custos elevados de uma das viagens mais exclusivas do planeta, daquelas que a gente nunca mais quer voltar para casa.

Muito mais do que bangalôs românticos sobre o mar, o Taiti pode ser destino acessível com algumas práticas que reduzem os custos da viagem.

Recentemente, o Viagem em Pauta visitou a região e trouxe na bagagem esse guia com dicas e sugestões de roteiros para quem ainda sonha em visitar o arquipélago polinésio.

Entre os achados para economizar, descobrimos os passes aéreos que incluem descontos de cerca de 30% para até desembarques em até 8 ilhas diferentes; as simpáticas faré, como são conhecidas as residências familiares com diárias a partir de US$ 55; e até jantares personalizados que podem ser acompanhados pelo turista (e com valores por pessoa que podem sair mais em conta do que comer em um restaurante).

Mas seja qual for sua escolha, para esbanjar ou para economizar, uma viagem à Polinésia Francesa significa visitar comunidades ancestrais, passar o dia em ilhotas isoladas em anéis marinhos que represam águas tranquilas, nadar em praias de águas turquesas e mergulhar em mares com alta visibilidade, ao lado de uma fauna curiosa que inclui cardumes, tartarugas, arraias gigantes e tubarões.

Final de tarde em Taha’a
Créditos: Eduardo Vessoni
Final de tarde em Taha’a

Confira dicas para economizar nas ilhas do Tahiti

Transporte

Do Brasil – O aeroporto internacional fica em Faa’a, comuna do subúrbio de Papeete, e é a principal porta de entrada para quem vem do exterior.

Para o mês de julho, os bilhetes ida e volta custam em média R$ 8.100. Mas não é raro encontrar passagens promocionais, inclusive na alta temporada.

Dançarinos recebem turistas no aeroporto internacional em Faa’a
Créditos: Air Tahiti Nui
Dançarinos recebem turistas no aeroporto internacional em Faa’a

Evite comprar trechos separados. Uma viagem ida e volta São Paulo-Papeete, com paradas em Los Angeles, por exemplo, pode sair quase o mesmo valor do trecho Los Angeles-Papeete.

Além das novas aeronaves Tahitian Dreamliner Boeing 787-9, com redução de ruído e tempo de voo, a Air Tahiti Nui oferece stopover gratuito em Los Angeles, nos Estados Unidos, para passageiros que voam American Airlines.

Entre as ilhas do Tahiti – As ilhas exigem deslocamentos aéreos entre uma e outra, exceto entre o Taiti e Moorea, cuja viagem de barco dura cerca de 35 minutos e custa 12 euros, aproximadamente. Para outros destinos, o transporte marítimo costuma ser apenas para cargas.

A empresa aérea que conecta as ilhas é a Air Tahiti e as tarifas para julho variam de € 331 (voo de 45 minutos até Raiatea) a € 425 (Bora Bora, 50 minutos). *valores para bilhetes ida e volta, saindo de Papeete.

No entanto, a Air Tahiti conta com passes que permitem embarques para até oito ilhas e preços mais vantajosos do que a compra individual de cada trecho: 3 ilhas (a partir de € 308,40); 5 ilhas (a partir de € 405,80); e 8 ilhas (a partir de € 527,40). SAIBA MAIS

Circulando

Segundo os próprios guias locais, o sistema de ônibus nas ilhas ainda é falho e com horários inconstantes, exceto na capital Papeete.

Transfer – nas ilhas principais conte com os serviços oferecidos pelas próprias agências contratadas para passeios ou os populares táxis compartilhados. Outro serviço muito comum no Taiti é o transporte para grupos, cuja tarifa é cobrada por corrida, independentemente da quantidade de pessoas. Há opções desse tipo de serviço em Moorea, Tahiti e Raiatea (Trucky Tours: millecam@mail.pf);

Vista da ilha de Taha’a
Créditos: Tahiti Tourisme/Divulgação
Vista da ilha de Taha’a

De barco – Tanto para quem se hospeda nos famosos bangalôs sobre a água, cujo transfer costuma estar incluído nas diárias, como para quem contrata os tours pelas ilhas e ilhotas do destino, esse será o meio de transporte mais utilizado por quem visita a Polinésia.

De carro – Embora não compense circular entre as ilhas com carro alugado, devido aos custos elevados para transporte nas balsas, uma dica é retirar e devolver no mesmo local, antes de seguir para a ilha seguinte.

Locadoras de automóveis contam com agências em Bora Bora, Moorea, Papeete e Tahiti, como a Avis (a partir de US$ 80,38) e a Hertz (a partir de US$ 24,59). Em Papeete é possível alugar carros na Avis, na Hertz  e na Ecocar. Diárias a partir de € 35. * valores para automóveis da categoria econômica, em julho de 2019

De bicicleta – Com terreno plano e vias às margens do mar, alugar uma bicicleta em Bora Bora é também uma forma econômica (e ecológica) de explorar a ilha principal, onde fica Vaitapé. Embora não conte com vias exclusivas para ciclistas, a experiência pode ajudar a reduzir custos durante a viagem.

Internet/wi-fi

Após reserva online, antes da viagem, é possível retirar já no aeroporto de Papeete um roteador para acesso à internet em diversas ilhas do Tahiti.

O pacote de 10 gigas para uso durante uma semana custa, aproximadamente, US$ 120, em destinos como Bora Bora, Taiti, Huahine, Moorea e Raiatea. SAIBA MAIS

Qual ilha?

Vista da lagoa de Bora Bora e da montanha Otemanu
Créditos: Eduardo Vessoni
Vista da lagoa de Bora Bora e da montanha Otemanu

Endereço de 118 ilhas, a Polinésia Francesa exige planejamento. Quanto mais famoso for o destino, mais elevado será seu gasto.

Mas como você não vai atravessar meio planeta para deixar de fora ilhas como Bora Bora, procure equilibrar seu roteiro com destinos mais econômicos ou menos procurados.

Considere incluir ilhas alternativas como Raiatea, Taha’a e Maupiti, considerada a irmã de Bora Bora. Todas elas se localizam nas Ilhas da Sociedade, um dos cinco arquipélagos da Polinésia Francesa e endereço dos locais mais procurados pelos visitantes.

Hospedagem

Vista do Moorea Beach Lodge, em Moorea
Créditos: DIvulgação
Vista do Moorea Beach Lodge, em Moorea

É possível, sim, se hospedar no Taiti sem estourar o orçamento, exceto se você insistir na ideia de ficar nos famosos (e caros) bangalôs sobre a água (aliás, o conceito hoteleiro de quartos em palafitas sobre o mar foi inventado na Polinésia Francesa, por três californianos, nos anos 60).

As opções vão desde hostel simples em Papeete com tarifas a R$ 125 por pessoa até endereços para quem faz questão de privacidade, conhecidos como faré (‘residência familiar’, em português), em Moorea.

Em Bora Bora, o Viagem em Pauta ficou em um hotel com apenas 5 quartos, equipados com cozinha (uma ajudinha para quem quer economizar e preparar as suas próprias refeições). SAIBA MAIS

Cozinha em um dos quartos do Hotel Villa Rea Hanaa, em Bora Bora
Créditos: Sasha Popovic/Divulgação
Cozinha em um dos quartos do Hotel Villa Rea Hanaa, em Bora Bora

Uma alternativa para quem quer ter uma residência taitiana para chamar de sua, temporariamente, é o aluguel de casas ou apartamentos. Uma semana no Taiti em um apê para duas pessoas custa, por exemplo, € 651.

No site da Air Tahiti Nui, uma das companhias aéreas que operam no destino, é possível encontrar opções de hospedagem a partir de US$ 55. CONFIRA OPÇÕES

Alimentação

Assim como a hospedagem, este é outro item que pode pesar no orçamento final.

Se a proposta for economizar, procure opções que contem com quartos, equipados com cozinha e utensílios. Neste roteiro, o Viagem em Pauta se hospedou em hotéis em Bora Bora e Moorea que, além do cenário impactante visto das sacadas, dão uma mão na hora da economia.

Polinésia francesa
Créditos: Eduardo Vessoni

Refeição sob medida – A chef Laurence é uma empresária do sul da França que prepara, juntamente, com os clientes, refeições a domicílio com 3 pratos (entrada, principal e sobremesa), harmonizados com vinhos. O valor por pessoa é de US$ 60 (nada mal para um destino onde um menu degustação pode custar € 150 por pessoa, no melhor restaurante de Bora Bora).  SAIBA MAIS

Passeios com refeições – Já os hotéis e agências locais contam com tours de dia inteiro em endereços isolados que incluem refeições, servidas em motus polinésios, como são chamadas as ilhotas de recifes que rodeiam um atol. Ter o almoço servido debaixo de uma árvore, em cabanas rústicas ou dentro de um barco é uma das experiências polinésias mais autênticas e incluem opções como peixes grelhados, atum, sushi, saladas e frutas (US$ 120 por pessoa, aproximadamente). CONHEÇA A EXPERIÊNCIA

Nesta viagem testamos também um tour de observação de animais marinhos, em Bora Bora, cujo roteiro inclui quatro paradas para snorkel entre arraias e tubarões galha preta, e almoço em uma praia privativa.

Já em Papeete, o passeio gastronômico foi em Vairao, o lado mais selvagem do Taiti, no sudoeste da ilha.

Ilhas da Sociedade

Localizado no setor oeste da Polinésia Francesa, esse arquipélago abriga os destinos mais famosos da região, como Bora Bora, Moorea e Tahiti, onde fica a capital Papeete, a porta de entrada para turistas estrangeiros. VEJA MAPA

Taha’a, uma das ilhas do Tahiti, na Polinésia Francesa
Créditos: Eduardo Vessoni
Taha’a, uma das ilhas do Tahiti, na Polinésia Francesa

A Polinésia é formada também pelas Ilhas Tuamotu (Rangiroa, Tikehau, Manihi e Fakarava), Ilhas Marquesas, Ilhas Gambier (Mangareva) e Ilhas Austrais (Rurutu, Tubuai, Raivavae e Rimatara).

Em parceria com Viagem em Pauta

O Viagem em Pauta é o projeto pessoal do jornalista Eduardo Vessoni, profissional que atua com turismo desde 2008 e já colocou os pés em todos os continentes.

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