Trem das Nuvens serpenteia montanhas argentinas a 4.200 m

Passeio na região de Salta passa do lado da Cordilheira dos Andes e ajuda povoados locais

Um trem que passeia a 4.200 m de altitude, na região de Salta, na Argentina, tem ajudado pequenos povoados que vivem nas montanhas locais. O Trem das Nuvens (Tren a las Nubes) cujos trilhos têm um trecho pela Cordilheira dos Andes, é um dos passeios fantásticos no Norte do país.

Trem das Nuvens serpenteia nas montanhas da região de Salta, a mais de 4 mil metros
Créditos: Andrea Miramontes / @ladobviagem
Trem das Nuvens serpenteia nas montanhas da região de Salta, a mais de 4 mil metros

O nome do trem foi criado na década de 70, quando um jornalista fotografou o veículo envolto à fumaça do vapor. Nas imagens feitas pelo profissional, o trem parecia flutuar sobre nuvens.

Como é o passeio?

Reserve um dia todo, pois o turista sai antes das 7h do hotel e retorna após as 20h. O passeio une uma parte de ônibus, que te leva até o alto da montanha a 4.200 m, e a parte de trem, que dura cerca de 3 horas.

É possível fazer só o trem, se você quiser chegar à estação por conta. Os preços diferem pouco, então, vale a pena fazer o passeio completo.

Logo às 7h da manhã, o turista deve estar no guichê para trocar seu voucher por um bilhete de embarque. Esse momento é importante, porque é aí que você também consegue o famoso carimbo no passaporte. Mas tem que pedir, senão, nada de carimbo.

Aqui já na Quebrada del Toro! Peça o carimbo no guichê, quando trocar seu voucher
Créditos: Andrea Miramontes / @ladobviagem
Aqui já na Quebrada del Toro! Peça o carimbo no guichê, quando trocar seu voucher

A partir daí embarque no ônibus que te levará pelas curvas acentuadas da Quebrada del Toro, uma estrada cênica, ladeada por cactos, que sobe as montanhas argentinas até a estação de trem.

O ônibus fará algumas paradas, por dois motivos principais. O primeiro deles é para que você se acostume com a altitude, uma vez que, no final, chegará aos 4 mil metros.

Quebrada del Toro é a estrada que te leva ao alto, até a estação de trem
Créditos: Andrea Miramontes / @ladobviagem
Quebrada del Toro é a estrada que te leva ao alto, até a estação de trem

Em segundo, as paradas fazem parte do passeio. Elas são feitas em pontos estratégicos, em pequenos povoados, para que você conheça a cultura local.

Uma dessas paradas acontece em Alfarcito, para o café da manhã. Lá, várias comunidades locais se juntam para preparar seu breakfast, no meio da paisagem exótica.

El Alfarcito é a parada para tomar café da manhã com os locais
Créditos: Andrea Miramontes / @ladobviagem
El Alfarcito é a parada para tomar café da manhã com os locais

São servidos doces e pães artesanais. Não deixe de provar alfajor e chá de coca, que ajuda a não passar mal por causa da altitude.

O trem tem ajudado a economia de todas as comunidades que vivem ao redor, com essas paradas estratégicas. Além de conhecer a cultura local, turistas consomem e compram suvenires.

El Alfarcito é a parada para tomar café da manhã com os locais

O café da manhã em Alfarcito, por exemplo, é organizado pelos povoados e pago pelo trem. Já está incluso no preço do passeio.

De volta ao ônibus, algumas curvas a mais e se chega a San Antonio de los Cobres, onde está a estação de trem para embarque. Trata-se de um povoado com cerca de 6 mil pessoas, que vivem a mais de 4 mil metros de altitude. Neste link há mais fotos dos povoados que vivem no entorno.

Povoado de San Antonio de Los Cobres, onde fica a estação, é a parada na volta, de ônibus, para comer
Créditos: Andrea Miramontes/ @ladobviagem
Povoado de San Antonio de Los Cobres, onde fica a estação, é a parada na volta, de ônibus, para comer

Dentro do trem

Os assentos são em grupos de 4 pessoas. No meio do trajeto, quando o trem faz uma volta para retornar, você vai trocar de lado,  para que todos tenham a mesma vista da paisagem.

Para a experiência completa, almoce no trem. As entradas incluem empanadas, também de queijo para os vegetarianos, e o prato principal, um risoto de quinoa e vegetais. O menu completo você vê aqui.

Empanadas de queijo para vegetarianos, como entradinha, no Trem das Nuvens
Créditos: Andrea Miramontes / @ladobviagem
Empanadas de queijo para vegetarianos, como entradinha, no Trem das Nuvens

O ponto alto do trajeto é a passagem sobre o viaduto La Polvorilla, construído pelo mesmo engenheiro que fez a torre Eiffel, em Paris, Gustave Eiffel.

Nesse momento, turistas (como eu!) entrm em alvoroço. Muitos se penduram na janelinha para conseguir a melhor foto, naqueles poucos minutos.

Como são os assentos dentro do Trem das Nuvens, em Salta

Em cima do viaduto, estamos a 214 metros de altura, lembrando que o passeio todo fica a mais de 4 mil metros de altitude.

Passagem sobre o Viaduto La Polvorilla, construído por Gustave Eiffel
Créditos: Andrea Miramontes / @ladobviagem
Passagem sobre o Viaduto La Polvorilla, construído por Gustave Eiffel

Ao lado do viaduto há uma parada para fotos e para comprar suvenirs de artesãos. Desci, mas fiquei atordoada e retornei ao trem.

Depois da passagem, os lugares são trocados, e o trem retorna à estação original.

Viaduto La Polvorilla é o ponto alto do passeio do Trem das Nuvens, na Argentina
Créditos: Andrea Miramontes / @ladobviagem
Viaduto La Polvorilla é o ponto alto do passeio do Trem das Nuvens, na Argentina

Não deixe de filmar o caminho com paisagem incrível, desértica ladeada por montanhas, do ladinho da Cordilheira dos Andes.

De volta ao ônibus, o turista faz mais algumas paradas, como em Santa Rosa de Tastil, um povoado minúsculo, exótico, onde se vê uma igrejinha, um museu e meia dúzia de casinhas.

Povoado Santa Rosa de Tastil é uma das paradas na volta, já a bordo do ônibus
Créditos: Andrea Miramontes / @ladobviagem
Povoado Santa Rosa de Tastil é uma das paradas na volta, já a bordo do ônibus
Santa Rosa de Tastil tem poucas casinhas, e todas são abastecidas com energia solar
Créditos: Andrea Miramontes / @ladobviagem
Santa Rosa de Tastil tem poucas casinhas, e todas são abastecidas com energia solar

Aproveite para comprar artesanatos no centrinho.

Repare também que, apesar de minúsculo, o povoado tem pegada sustentável, com incentivo do governo. Todas as casas são abastecidas por placas solares.

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Sou Andrea Miramontes, jornalista e viajante profissional no @ladobviagem. Faço roteiros veganos e vegetarianos pelo mundo, JAMAIS divulgo atrações que escravizem animais e caço soluções sustentáveis por onde passo. Meus projetos: Lado B Viagem e Patas ao Alto. Seja muito bem-vindo! Siga os instas @ladobviagem @patasaoalto e @andreamiramontes.real

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