A volta ao mundo em busca da sobrevivência
Em “40 antes dos 40”, Silvia Mantovani mostra que cada um pode encontrar abrigo em algo que ama
Pelo menos um terço da população feminina mundial já foi vítima de violência. No Brasil, um caso de agressão a mulher é registrado a cada 4 minutos. Mas o que fazer diante de uma situação dessas? Por medo, muitas mulheres deixam de denunciar e simplesmente fogem para preservar suas vidas.
Esse foi o caminho trilhado pela advogada Silvia Mantovani, 41 anos, que morava na Espanha e, cansada de ser perseguida e sofrer ameaças por parte de seu ex-companheiro, decide mudar de trabalho, de cidade e de país.
Essa mudança completa de vida, hoje, tornou-se inspiração para Silvinha –como gosta de ser chamada– escrever o livro “40 antes dos 40 – Um passaporte salvou minha vida” (Editora Feliz) e contribuir com sua história a mostrar que sempre é tempo de reconstrução e recomeço em nossas vidas.
O livro mostra um término de relacionamento até então amigável, mas que logo ganha ares de perseguição e chantagem. A autora acaba por ficar sem teto e sem seus pertences, confiscados por seu antigo parceiro e que só aceita devolve-las sobre ordem judicial.
Alojada na casa de amigos, com pouco dinheiro e movida por um impulso, ela então decide viajar para Roma e nesta viagem entende que precisa voltar ao ponto de partida e buscar a felicidade interior já perdida há muito tempo.
“Saí da relação com a roupa do corpo e mais nada! Recomecei minha vida do zero. Foi aí que surgiu a ideia do meu projeto de vida”, conta Silvinha.
A partir daí, começa a trajetória que nomeia o livro: Perto de completar 40 anos, Silvia decide que irá conhecer 40 países antes de atingir a idade “limite” dos 40. Ela então consegue atingir a marca e coleciona ricas histórias de reflexão e encorajamento descritas nos oito capítulos deste livro (nomeados por cidades e histórias que marcaram sua trajetória).
O “40 antes dos 40” é uma amostra de que nuca é tarde demais para sonhar em uma história que mostra se superação e inspiração para quem teme por recomeços e para romper um relacionamento falido e abusivo. Para aquelas que pensam estar no fundo do poço sem direito a uma nova chance de ser feliz, Silvinha mostra como um passaporte foi seu salva-vidas e que cada um pode encontrar abrigo em algo que ama.
“O objetivo maior é ajudar outras mulheres a sair dessas relações venenosas; seja através do ato de viajar, de estudar, mudar de emprego ou o que mover seu coração”, conclui.
Hoje, aos 41 anos, Silvia já viajou para mais de 50 países e realizou mais de 300 viagens.
Em março, Silvia estará no Brasil para lançar o livro e contar sua história no 2º Encontro Brasileiro de Mulheres Viajantes, que acontece no dia 7/03 no Teatro Santo Agostinho (Rua Apeninos, 118, Liberdade).