Festival Malungo faz homenagem à cultura negra com shows online

O VilaMundo é uma iniciativa do Instituto Acqua, em parceria com a Catraca Livre

Entre os dias 5 e 12 de julho acontece o inédito Festival Malungo pelo canal da Pôr do Som no YouTube / pordosomcultural, às 21 horas, com acesso gratuito. Trata-se de uma mostra com oito atrações que reverenciam a diversidade da música popular brasileira, apresentando artistas cujos trabalhos ressaltam nossa matriz africana em estilos como samba, jongo, capoeira, samba de roda, samba-rock, choro, afro, batuque de umbigada, samba de bumbo e partido-alto.

Adriana Moreira com samba raiz é uma das atrações do Festival. Foto: Bruno Marques.
Créditos: Foto Bruno Marques
Adriana Moreira com samba raiz é uma das atrações do Festival. Foto: Bruno Marques.

A programação traz Adriana Moreira (samba raiz), Henrique Araújo (choro), A Quatro Vozes (música popular), Zé Eduardo (soul e MPB), Grupo Paranapanema (samba raiz, jongo e batuques), Luana Bayô (vissungos, jongo e amba raiz), Mestre Plinio & Angoleiro Sim Sinhô (capoeira) e Fanta Konatê (música africana) em espetáculos gravados em vídeo no Estúdio 185 Apodi.

O Festival Malungos tem curadoria e direção artística de Sérgio Mendonça, diretor e fundador da Pôr do Som, produtora e selo musical, sendo realizado com recursos da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc por meio da Secretaria Especial da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Programação

Quando: 5 a 12 de julho. Segunda a segunda, às 21h

Transmissão: YouTube / Pôr do Som

www.youtube.com/pordosomcultural

Grátis – Inscrições no canal

Livre. Duração média: 50 a 60 minutos.

Shows:

5/7 (segunda, 21h): Adriana Moreira em Santa Segunda

6/7 (terça, 21h): Henrique Araújo em O Choro Negro

7/7 (quarta, 21h): A Quatro Vozes em Brasilidades

8/7 (quinta, 21h): Zé Eduardo em Fechado pra Balanço

9/7 (sexta, 21h): Grupo Paranapanema em Segura Nessa Pisada

10/7 (sábado, 21h): Luana Bayô em Tambú

11/7 (domingo, 21h): Mestre Plinio e Angoleiro Sim Sinhô em A Luta Continua

12/7 (segunda, 21h): Fanta Konate em Donabá

Adriana Moreira – Santa Segunda

Adriana Moreira tem dois álbuns lançados: Direito de Sambar (2006), dedicado inteiramente à obra do compositor baiano Batatinha, e Cordão (2015), fruto de intensa pesquisa musical. Ao longo de 23 anos de carreira, a cantora apresentou-se nos principais palcos de São Paulo e atuou ao lado de grandes nomes da música brasileira, entre eles Monarco, Dona Ivone Lara, Eduardo Gudin, Wilson Moreira e Paulinho da Viola. Em 2016, representou o Brasil no Primeiro Festival de Música de Marrocos. Amante do samba, a cantora possui um timbre de voz característico e sua técnica alia potência e suavidade, lembrando o cantar de suas principais referências: Elizeth Cardoso e Clara Nunes.

Repertório: “O Samba Bate Outra Vez” (Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro), “Não Chore, Não” (Roberto Santana) / “Tristeza que Se Foi” (Adylson Godoy), “Verde” (Eduardo Gudin e Costa Neto), “Nação” (João Bosco e Aldyr Blanc), “Obsessão” (Miabeau) / “Enlouqueci” (João Sale e Luiz Soberano), “Cai Dentro” (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), “Embala Eu” (Albaléria) / “Santa Barbara” (tradicional / D.P.) / “Sai de Baixo” (Eduardo Marques), “Árduo Retrato” (Marcos Alma) e “Inaê” (Marcelo Menezes e Paulo César Pinheiro).

Henrique Araújo Quarteto – O Choro Negro

O Henrique Araújo Quarteto apresenta o show O Choro Negro. Formado por Henrique (bandolim e cavaquinho), Xeina Barros (percussão), Marcelo Miranda (piano e violão) e Vanessa Ferreira (contrabaixo acústico), o grupo tem como principal característica um repertório formado por obras de autores(as) afro-brasileiros(as). No Festival Malungo, o roteiro traz composições de nomes consagrados da música negra brasileira como Pixinguinha, Laércio de Freitas, Anacleto de Medeiros, além de apresentar músicas dos próprios integrantes.

Repertório: “Choro Negro” (Paulinho da Viola e Fernando Costa), “É Isso Aí Bicho” (Esmeraldino Salles), “As Travessuras de Tetê e Narinha” (Henrique Araújo), “Camarão” (Henrique Araújo), “Ingênuo” (Pixinguinha, Benedito Lacerda, Paulo C. Pinheiro), “Três Estrelinhas” (Anacleto de Medeiros, José Martin G. de Moraes), “Saudades do Guará” (Bonfiglio de Oliveira), “Serelepe” (Xeina Barros e Vitor Casagrande) e “Ao Nosso Amigo Esmê” (Laércio de Freitas).

A Quatro Vozes – Brasilidades

O grupo mineiro A Quatro Vozes, agora com formação em trio pelas irmãs Dora, Jurema e Jussara Otaviano, apresenta o show Brasilidades, acompanhadas pelos instrumentistas Brau Mendonça no violão e Cássia Maria na percussão. As cantoras apresentam a diversidade musical do nosso país, interpretando músicas e ritmos brasileiros que remetem às influências da cultura africana e do negro no Brasil.

Repertório: “Vila Rica” (Lula Barbosa), “Navegante” (Daniel Reverendo), “Casa Aberta” (Flavio Henrique), “Pelas Ruas de Barão” (Juarez Otaviano), “A Cara do Brasil” (Vicente Barreto e Celso Viáfora), “Noticias do Brasil” (Milton Nascimento e Fernando Brant), “Baião da Rua” (Nonato Luiz e Fausto Nilo), “Amor Não Se Compra” (Jussara Otaviano), “Angola” (Paulo César Pinheiro e Theo de Barros), “Quenda” (D.P.), “Tá Caindo Fulô” (D.P.) e “Candongueiro” (Nei Lopes e Wilson Moreira).

Zé Eduardo – Fechado pra Balanço

O intérprete Zé Eduardo junta-se ao habitual parceiro musical Rafa Moraes para apresentar o show Fechado pra Balanço, acompanhados por um time experimentado que promete fazer o público balançar. Na bateria, Ítalo Vinicius; no baixo, Beto Vasconcelos; no teclado, Marcelo Maita; no trombone, Edy Trombone; e Rafa na guitarra, direção musical e arranjos. O repertório vai do samba rock ao pop soul, passeando pelos grooves da música preta e por uma pitada de românticas.

Repertório: “Paixão Maluca” (Thiago Lima e Fernando Procópio), “Ouve aí” (Marco Vilane e Léo Nogueira), “Ninguém Vai Tirar Você de Mim” (Edson Ribeiro e Hélio Justo), “Meus Segredos” (Zé Eduardo, Deley Antonelli, Serginho Jabaquara), “Negro Gato (Getúlio Cortês), “Cheirando a Poema” (Rafa Moraes, Cláudio Pinto e Silvio Mamedes), “Maneiras” (Silvio da Silva), “Mexericos da Candinha” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), “Anti-samba” (Raul Macedo) e “Fechado pra Balanço” (Zé Eduardo e Rafa Moraes).

Grupo Paranapanema – Segura Nessa Pisada

O show Segura Nessa Pisada mostra a influência das vivências dos integrantes do Grupo Paranapanema com as comunidades e com os mestres da cultura popular dos jongos, do batuque de umbigada (Piracicaba, Tietê e Capivari), do samba de bumbo, do samba de terreiro (interior de SP) e dos congados e ternos de Moçambique. Suas vivências passam também por mestres e compositores contemporâneos ligados ao samba e às linguagens musicais de São Paulo, durante a trajetória de mais de 15 anos. O Paranapanema é Rosângela Macedo (voz), Samuel da Silva (violão 7 cordas e coro), Ricardo Perito (cavaquinho e coro), Luiz Fonseca Lobo (voz, pandeiro, tambores, patangome e efeitos), Cesar Azevedo (voz, surdo, tambor e efeitos) e Paulo Dias (caixa de congado, tambor, tamborim e efeitos).

Repertório: “Ora Bravo” (Henricão), “Eu Vou Mostrar” e “A Morte de Chico Preto” (Geraldo Filme), “São Paulo Antigo” (Silvio Caldas), “Por Ti Eu Me Rasgo Todo” (Avelino Ferreira), “Festa de Benedito” (Luiz Fonseca Lobo), “Ditado Antigo” (Toniquinho Batuqueiro), “Navegante / Nego Dito” (Daniel Reverendo), “Quem É Aquela de Saia Rendada” (ponto aprendido com a Comunidade Samba Lenço de Mauá) e “Licença”, “Samba no Cruzeiro”, “No Fundo do Mar / Banzo”, “Alumeia / Segura Nessa Pisada”, “Vou-me Embora na Beira do Caminho” e “Buliu com Fogo” (todas de Rosângela Macedo).

Luana Bayô – Tambú

Luana Bayô é cantora, compositora e educadora paulistana. Seu trabalho é fortemente marcado pela presença dos da música negra em diáspora. Em  Tambú o público entra em contato com canções autorais e releituras que trazem como tema a espiritualidade, a magia, os feitiços e encatarias  perpassadas por uma musicalidade Congo-Angola, Mandingue, cabocla e diaspórica. São vissungos, sambas, jongos  e outras músicas que fizeram e fazem parte da sua trajetória e hoje são apresentados com uma nova roupagem. Com direção musical de Giovanni Diganzá e direção artística de Martinha Soares, o espetáculo Tambú de Luana Bayô conta com a participação de Xeina Barros e Cauê Silva na percussão, Thayná Oliveira no violoncello e Mayara Almeida no sax e na flauta.

Repertório: “Baticum de Bará” (Luiz Antonio Simas), “Canto de Reza” (D.P.), “Chefe da Macaia” (Luiz Antonio Simas e Suriel Ribeiro), “Nzambi” (Liceu Vieira Dias), “Senhora das Ventanias” (Luana Bayô e Luedji Luna), “Refúgio” (Ravi Landim), “Calunga” (Luana Bayô), “Poesia da Terra Vermelha” (Fabiana Carneiro Silva), “Quem Anda na Beira do Mar” (Anecide Toledo), “Linda Manhã” (Zeca da Casa Verde), “Jombô” (vissungos / D.P.) e “Foi na Beira do Mar” (Mestre Totonho / Ponto de Jongo de Tamandaré).

Mestre Plínio e Angoleiro Sim Sinhô – A Luta Continua

A Luta Continua – novo trabalho de Mestre Plínio e Angoleiro Sim Sinhô – traz participação especial de Mestre Limãozinho e Mestra Janja. O repertório, quase todo autoral, mostra a capacidade de transformação da capoeira angola e de ser atual sem perder o elo com as tradições. As músicas de Mestre Plínio, Mestre Limãozinho, Mestra Janja, Mestre Pedro Peu, Mestre Rouxinho, Mestre Gafanhoto dão atualidade à capoeira angola e mostram que ela está ainda mais viva. A apresentação tem ainda um texto, feito pela contramestra Renata Kabilaewatala, traz a seguinte reflexão: “pelo que luta a capoeira angola?” Uma sequência de toques das tradicionais escolas de capoeira angola dos antigos mestres dá o toque final ao trabalho liderado por Mestre Plínio.

Repertório: “Donzela Teodora” (D.P.) / “Dois, Dois, Dois” (Mestre Peu) / “Toma Cuidado Zé” / “O Caçula de Casa” (Mestre Plínio); “A Luta Continua” / “Viola Chorou e Eu Ouvi” / “Meu Amigo Foi Embora” / “Vadea, Vadea, Angoleiro” (Mestre Peu);” Pelo que Luta a Capoeira Angola” (texto de Renata Kabilaewatala); “Fazenda Roseira” / “Angola É Complicativo” / “Capoeira É Luta ou Dança” / “Na Fala do Imperador Mestre Môa É Luz” (Mestre Limãozinho); “Reparação” (Mestra Janja) / “Quem Vem Lá Sou Eu” / “Paranaê” / “Oi Sim, Sim, Sim” / “Vamos Apanhar Areia” / “É Preto, É Preto, Kalunga” (D.P.); “Natureza” / “Mestre Jogo de Dentro Falou” (Mestre Plínio) / “Alô Meu Canário” (Rayan Albuquerque) / “Torpedeiro e o Navegador” (Mestre Roxinho); e “Viela da Emma” (Mestre Gafanhoto e Bento Andreato).

Fanta Konatê e Djembedon – Donabá

Em Donabá, Fanta Konatê apresenta composições próprias, músicas tradicionais de sua aldeia natal na Guiné Conacri e uma homenagem à grande estrela Miriam Makeba que morou na Guiné nos tempos de exílio do Apartheid. Donabá significa “a grande bailarina” em malinkê, onde há o ritmo que homenageia as bailarinas virtuosas da cultura Mandén, herdeira do Império de Mali (Séc. XIII), um dos temas de seu disco recente.  Neste show, a cantora é acompanhada pelo grupo Djembedon, dirigido por Luis Kinugawa (djembê, ntama e guitarra base) e integrado por Koria Konatê (voz e danças), Bangaly Konatê (djembê), Josué dos Santos (sax soprano), Manu Neto (sangban), Fábio Serra (kenkenis), Barba Marques (dunumbá) e Otávio Teixeira (guitarra). Os figurinos foram criados pela marca Konateyá, de Fanta Konatê.

Repertório: “Malouyamé” (Miriam Makeba), “Ne Yeré” (Fanta Konatê), “Diallá” (Fanta Konatê), “Donabá” (D.P.), “Konkobá (D.P.) e “Matadi” (D.P.).

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