Fundação das Artes se torna mais acessível e atrai novos estudantes

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Oferecer um espaço democrático e acessível para formar o artista cidadão tem sido a missão da Fundação das Artes de São Caetano do Sul, uma das instituições de ensino em artes mais tradicionais no País. Com a revitalização do edifício Milton Andrade, que foi reformado durante a pandemia, os alunos, professores e funcionários contam com um ambiente mais moderno para ampliar a qualidade técnica das aulas, com sistema de isolamento acústico de nível profissional, segurança e novos equipamentos.

A instalação de itens de acessibilidade, como elevador, plataformas e sanitários adaptados, possibilita à instituição, que completou 53 anos de atividades ininterruptas, receber alunos com deficiência interessados em participar dos cursos nas quatro linguagens artísticas: Artes Visuais, Dança, Música e Teatro.

Os principais beneficiados com a nova e acessível estrutura são estudantes como Vitória Aparecida Silva Bioni, 16 anos, que sonha em se tornar atriz e iniciou o Curso de Teatro na Fundação neste semestre. “Estou adorando o curso. No primeiro dia, achei que ia ficar acanhada, por não conhecer ninguém. Mas as aulas superaram totalmente minhas expectativas”, afirma a jovem, que é cadeirante.

A mãe de Vitória, Maria Cristina da Silva Bioni, comemora o fato de poder realizar o sonho da filha de estudar em um local que lhe fornece totais condições de acesso. “Quando vi a plataforma logo na entrada, achei fantástico, pois já estava pesquisando escolas adaptadas no ABC há algum tempo e não encontrava”, afirma. “A gente quer acessibilidade para que ela possa fazer as coisas sozinha, ficar o mais livre possível”, conta.
Vitoriano Amorim Binder Garcia, 22 anos, teve seu primeiro contato com a Fundação das Artes por meio do curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) em Dramaturgia, que realizou de forma online. O jovem, que teve paralisia cerebral ao nascer, iniciou neste ano o Curso Técnico de Teatro.

“Quando vim fazer a matrícula, encontrei uma Fundação diferente, com itens de acessibilidade desde a rampa na entrada. Confesso que já estou com expectativas enormes em poucas semanas de aulas. Vontade eu sempre tive, mas talvez só agora veio a coragem de falar: ‘Isso é para mim também, o palco de alguma forma é o meu lugar’”, conta o integrante da Turma P71 de Teatro.

“As estruturas de acessibilidade são uma grande conquista e vão complementar o trabalho de inclusão que a instituição desenvolve desde 2007, o Programa de Apoio Pedagógico à Inclusão (PAPI)”, afirmou a diretora da Fundação das Artes, Ana Paula Demambro. O Programa tem como premissa garantir o aprendizado das linguagens artísticas para todos, criando condições para o acesso e permanência de alunos com necessidades especiais. “É um projeto muito relevante à comunidade e que deve ser ampliado”, comentou Ana Paula.

Lisbeth Soares, professora da Fundação responsável pelo PAPI, destaca que “as pessoas com deficiência já estão nas escolas regulares, mas não contam com um aprofundamento nas linguagens artísticas. E a Fundação das Artes promove esse acesso à cultura, ao ensino e ao desenvolvimento nas artes, que é um direito de todos os cidadãos”.
O Programa leva em consideração as particularidades de cada aluno para adotar medidas como flexibilização curricular, aulas de apoio, adaptações nas avaliações e materiais e ações junto aos professores e famílias.
Para aprimorar o atendimento às pessoas com necessidades especiais, a Fundação das Artes também pretende fortalecer parcerias com as Secretarias de Educação (SEDUC), da Pessoa com Deficiência (SEDEF) e com instituições do município, visando o trabalho em equipe.

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