Matilha Cultural celebra uma década com a ocupação ‘Boleta+NDRUA’

A entrada é colaborativa para contribuir com as ações da casa

03/06/2019 15:38 / Atualizado em 28/07/2020 14:43
Até de de
Terça – Quarta – Quinta – Sexta – Sábado – Domingo
– Abertura: 13 de junho, às 19h
Visitação: terça a sábado, das 12h às 22h; domingo, das 10h às 20h
Preço: Gratis
Local: Matilha Cultural
Matilha Cultural – Rua Rêgo Freitas – República, São Paulo – SP, Brasil
Mais informações:
Telefone: (21) 2265-9933
Site: http://www.funarte.gov.br/espaco-cultural/teatro-cacilda-becker/
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Dando sequência às comemorações de uma década de existência e resistência da Matilha Cultural, na quinta, dia 13 de junho, a casa multicultural é ocupada pela exposição “Boleta+NDRUA – 10 anos depois“. O evento de abertura acontece a partir das 19h e a mostra acontece até o dia 7 de julho.

Estreantes da galeria da Matilha Cultural em 2009, os artistas Boleta e NDRua ocupam o espaço novamente com obras antigas e novas, apresentando as resiliências e evoluções dos artistas de rua no Brasil nesses 10 anos. A exposição tem curadoria de Juliana Akina.

Boleta iniciou na arte de rua no final da década de 80, como pixador com foco na palavra e letras
Boleta iniciou na arte de rua no final da década de 80, como pixador com foco na palavra e letras - Reprodução/Boleta

Há uma década a Matilha Cultural defende que o conhecimento pertence a todos, visando ampliar e intensificar a cultura independente, o debate sobre direitos humanos, a proteção aos animais e a defesa ao meio ambiente. Ao longo de 2019 vem reforçando seu discurso com lançamentos musicais, exposições de artistas independentes que dialogam com as ruas, exibições de filmes que fortalecem o cenário audiovisual nacional e discussões diversas sobre assuntos que permeiam a evolução e expansão da humanidade.

Nascido e criado na capital paulistana, o autodidata Boleta encontrou no grafitti sua arte. Com elementos de uma simbologia universal, suas obras são marcadas pela presença, principalmente, de cobras, pássaros e caveiras. Tendo os dois primeiros uma relação de predador e vítima, o artista dá, ao pássaro, o lugar de uma vitalidade mágica que se expande poderosamente.

 
 

Já a cobra ocupa o espaço de contração em busca também de equilíbrio, remetendo ao símbolo oro borôs e da fita de Moebius, que simbolizam o infinito e também a harmonia. E as caveiras reforçam a ideia do renascimento e superação de adversidades em um pensamento holístico, onde a vida e a morte caminham em comunhão.

Boleta iniciou na arte de rua no final da década de 80, como pixador com foco na palavra e letras. Participou da guerra de alfabetos, de assinaturas, de poemas gráficos, protagonizada por por grupos que ocuparam com suas escritas todos os espaços públicos da cidade. Seu primeiro contato com o grafitti foi em 1994 e seu estilo orgânico e psicodélico revela estudo e influência dos diversos estilos e escolas de tatuagem. Na trajetória do artista é perceptível a evolução de caráter espiritual e psicológico em suas obras, que se assemelha à metáfora da cobra e do pássaro.

Aluno das ruas de São Paulo, Frederico Jorge, conhecido por NDRUA é representante da cultura “ninguém-dorminiana”. Nasceu em 1981 e há mais de 15 anos suas artes chamam atenção pelos murais da cidade.

NDRUA
NDRUA

Cicatrizou no street art em vários estilos, sempre influenciado pela pirataria e a distribuição clandestina de arte e conhecimento. NDRUA acredita que sua trajetória é a prova do valor da escola da vida sobre o mercado da cultura e da educação oficial. Para criar suas obras e se desenvolver caminhou e segue o aprendizado pela maior galeria: a rua, onde nada fica velho ou tem ação do tempo.