Parabéns Senhor Presidente entra em cartaz em SP
O VilaMundo é uma iniciativa do Instituto Acqua, em parceria com a Catraca Livre
Em mais uma curadoria inédita de espetáculos, o Teatro J. Safra, espaço dedicada à curadoria das atrações culturais mais variadas, recebe entre os dias 17 de janeiro e 3 de março de 2019 o espetáculo “Parabéns Senhor Presidente”, estrelado pelas atrizes Danielle Winits e Christine Fernandes. Os ingressos variam entre R$ 30 e R$ 50. A trama se passa na década de 1960 e traz para um dos destaques uma cenas mais lembradas no mundo: o famoso “Parabéns pra você”, cantado por Marilyn Monroe ao então presidente dos Estados Unidos, John Kennedy.
Escrito por Fernando Duarte e Rita Elmôr, o texto organiza um diálogo que expõe, ao mesmo tempo, as distâncias e as proximidades entre as duas, ressaltando a beleza do universo feminino em sua complexidade. Em cena, dois dos maiores mitos da feminilidade do século XX: Marilyn Monroe, a mais absoluta encarnação da carência afetiva, e Maria Callas, uma voz de diamante em forma de mulher. Apesar das diferenças entre elas, perceptíveis de imediato, a mesma prisão sombria as aproxima, a dificuldade de se afirmar com autonomia em um mundo controlado pelos homens e a impossibilidade de encarar a vida sem afeto.
Ambas falam de suas inquietações com seus relacionamentos, suas aparências e suas competências para exercer suas profissões, entre outras coisas. São duas pessoas fascinantes, que, por motivos diferentes, tiveram grande projeção e fins trágicos. A grande questão é como duas pessoas de universos tão distintos se relacionariam e o olhar diferente que tinham sobre uma série de situações.
Callas era extremamente técnica e rigorosa, enquanto Marilyn era intuitiva e até um pouco irresponsável, graças a sua instabilidade emocional. Ao mesmo tempo, Callas, antes de Onassis, foi casada com um homem muito mais velho e não teve vida sexual até os 32 anos. Já Marilyn casou sempre por paixão e traiu todos os maridos, não ficando um dia sequer ao lado deles sem estar feliz. Mais do que falar de Callas e Monroe, o texto aborda temas relevantes sobre o universo feminino. Em cena, as duas mulheres – independentes e bem-sucedidas – o que era raro nos anos 1960, falam com franqueza sobre assuntos ainda em pauta nos dias de hoje.