Santo André inicia obras de revitalização do Teatro Conchita de Moraes
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A Prefeitura de Santo André iniciou nesta terça-feira (19/01) a revitalização completa do Teatro Conchita de Moraes, localizado no bairro Santa Teresinha. A obra, com orçamento de cerca de R$ 3 milhões, representa o resgate de mais um marco histórico da cidade. A última intervenção no espaço cultural ocorreu em 2012, com a troca do palco e a estrutura metálica da área da plateia.
“É uma obra emblemática por vários motivos. Devolve para a cidade mais uma intervenção no segundo subdistrito, mostrando que estamos repartindo o orçamento para todas as regiões de Santo André. Além do teatro em si, temos a Escola Livre de Teatro, desta importante formação cultural, e vamos seguir tirando do papel intervenções para nossa gente”, disse o prefeito Paulo Serra.
As obras vão contemplar a substituição completa – remoção e nova instalação – da cobertura, incluindo a estrutura, pisos internos e externos, revestimentos acústicos em paredes e tetos, caixilhos e portas, instalações elétricas, acessibilidade, regulamento de segurança contra incêndio, além das salas de ensaio, sala de figurinos, vestiários, biblioteca, depósito, camarins, palco, plateia, rampas, plataformas, sala de projeção, entre outros compartimentos.
Desde 2013 há uma recomendação do Ministério Público para que a área da plateia não seja utilizada por conta das condições da cobertura. Nesta semana, a Prefeitura anunciou a substituição da empresa responsável pela obra, já que a primeira colocada no processo legal de concorrência – Construtora Progredior Ltda – não atendeu os devidos requisitos. Assim, a segunda colocada, Ponto Forte Construções e Empreendimentos, aceitou executar a revitalização, estritamente em conformidade com a legislação. A intervenção contemplará diversas melhorias e adequações necessárias ao espaço, inclusive aquelas que foram objeto de observação pelo Ministério Público no passado.
História – O Teatro Conchita de Moraes foi construído na década de 1950 pelo Governo do Estado de São Paulo para servir como auditório da Escola Estadual Carlina Caçapava Melo. O espaço tornou-se ao longo dos anos o grande palco do teatro amador do ABC.
A partir de 1963, o local passou a sediar o Festival de Teatro Amador de Santo André (Fetasa), tornando-se um refúgio dos artistas da região, que engajavam montagens enredadas politicamente. Pelo palco do Conchita passaram atores como Antonio Petrin e Sônia Guedes, antes de se tornarem famosos.
Por volta de 1970 o auditório passou para o controle do município, por reivindicação do Grupo de Teatro da Cidade, o GTC, que pretendia transformá-lo na casa de espetáculos da cidade.
Na mesma década, as instalações do teatro começaram a se deteriorar. Em razão da falta de segurança, em 1975, a Prefeitura decidiu instalar novos extintores de incêndio para garantir a 15ª edição do Festival de Teatro Amador de Santo André.
Além de apresentações do teatro amador, o teatro foi muito utilizado para festas de formatura e diversos shows de rock organizados pelas bandas da região, o que fez o espaço, inclusive, ser reconhecido como um ponto de encontro dos roqueiros da cidade.
Reativação – Após cinco anos sem programação, em 1989, início da primeira administração do prefeito Celso Daniel, o Departamento de Cultura da Prefeitura de Santo André formou uma comissão para atuar na reativação do Conchita com o intuito de tê-lo novamente como um teatro popular.
Em 1992 o teatro é fechado para o início de uma reforma. No mesmo ano, no entanto, as obras são paralisadas. Outra reforma foi realizada em 1997. E a última grande reforma no local foi realizada entre 2010 e 2011. Nessa reforma, foi refeita toda a estrutura metálica e de madeiramento do palco e da plateia, e foram colocadas as poltronas (reutilizadas do Cine Carlos Gomes). Desde então foram feitas manutenções nos telhados e calhas, entre outros serviços.
Desde 1990 o Conchita de Moraes abriga também a Escola Livre de Teatro (ELT), espaço de formação mantido pela Secretaria de Cultura da Prefeitura de Santo André.
Cine Theatro – Outro equipamento cultural da cidade segue em obras e será inaugurado no aniversário da cidade, em abril. O Cine Theatro de Variedades Carlos Gomes está na reta final das obras de revitalização para se transformar em um centro multiuso, que será também polo cultural e centro de convivência.
O projeto de recuperação trabalha com o conceito de praça coberta para permitir o trânsito do público, enquanto prevê a recuperação e preservação das estruturas e dos elementos protegidos pelo tombamento. A ideia é, através de adequações físicas que já foram concluídas, transformar o Cine Theatro Carlos Gomes em um equipamento multifuncional e flexível, voltado às diversas formas de manifestações artísticas e atividades culturais, e que, por ser aberto, propicie a livre circulação, acesso às atividades culturais e também a percepção visual do espaço interno da edificação a partir do exterior do Cine Theatro.
O Cine Theatro, inaugurado em 1925, tem um projeto arquitetônico, que une preservação e modernidade, e que foi um dos destaques de 2021, segundo levantamento do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU-SP). Anualmente, o CAU-SP realiza o levantamento das “Boas Práticas de Conservação do Patrimônio Cultural”, por meio de chamamento público válido para todo o estado. O projeto do equipamento andreense, elaborado por um grupo de cinco arquitetos da Prefeitura de Santo André, recebeu menção honrosa na categoria que trata da “Gestão de Patrimônio Cultural”, que envolve programas, projetos e ações executados pelo poder público ou realizados em parceria com o mesmo.
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