Cortisol alto é o inimigo silencioso do seu metabolismo

O hormônio cortisol costuma ser lembrado apenas em situações de estresse, mas seu papel vai muito além disso. Presente diariamente na circulação sanguínea, ele participa da regulação do metabolismo, da pressão arterial, da resposta inflamatória e do sistema imunológico; em níveis adequados, ajuda o organismo a acordar, manter energia ao longo do dia e responder com rapidez a imprevistos, sendo classificado como hormônio esteroide produzido a partir do colesterol, com ampla atuação em diferentes tecidos e sistemas do corpo.

O que é o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) e como ele regula o cortisol?

O cortisol é produzido pelas glândulas adrenais, localizadas acima dos rins, e segue um ritmo próprio ao longo de 24 horas, com maior concentração pela manhã e redução gradual à noite, favorecendo o sono. Esse equilíbrio depende do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), que faz um ajuste fino da liberação do hormônio conforme as demandas do organismo.

Nesse eixo, o hipotálamo produz o hormônio liberador de corticotrofina (CRH), que estimula a hipófise a secretar o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), responsável por ativar as adrenais para produzir cortisol. Quando o nível de cortisol se eleva, ocorre um mecanismo de retroalimentação negativa, enviando um “freio” ao hipotálamo e à hipófise, para manter o hormônio em faixa saudável.

O que é o cortisol alto e por que isso é um problema?

A expressão cortisol alto descreve um estado em que o organismo libera esse hormônio em excesso ou não consegue retornar aos níveis basais após o estresse. Não é um diagnóstico formal, mas pode estar associado a doenças das adrenais ou a quadros de estresse crônico, avaliados por exames de sangue, urina ou saliva.

Quando o aumento do cortisol se mantém por semanas ou meses, o corpo entra em “alerta permanente”, interferindo em outros sistemas hormonais e na forma como utiliza gorduras, açúcares e proteínas. O sistema imunológico também pode ficar desregulado, favorecendo infecções frequentes, inflamação persistente e maior risco metabólico.

Para compreender como esses mecanismos funcionam na prática e por que o desequilíbrio do cortisol impacta tantas áreas do corpo, o vídeo das criadoras @asduasfarmas explica de forma acessível os sinais, causas e cuidados relacionados ao aumento desse hormônio.

Quais doenças podem estar relacionadas ao cortisol elevado?

Em alguns casos, o excesso crônico de cortisol não se deve apenas ao estresse cotidiano, mas a condições médicas específicas. Uma das mais conhecidas é a síndrome de Cushing, geralmente causada por tumores na hipófise ou nas adrenais, ou pelo uso prolongado de corticoides.

Além de ganho de peso acentuado, especialmente no tronco e rosto, podem ocorrer fraqueza muscular, alterações de humor, pele mais frágil, estrias arroxeadas e aumento da pressão arterial. O cortisol alto também se relaciona à resistência à insulina e ao maior risco de diabetes tipo 2, sobretudo em pessoas com sobrepeso, histórico familiar ou sedentarismo.

Quais são os principais sinais físicos e emocionais de cortisol elevado?

Os sintomas de níveis elevados de cortisol variam, mas incluem mudanças no peso corporal, em especial ganho de gordura abdominal, cansaço constante e dificuldade de concentração, além de falhas de memória recente. Do ponto de vista físico, alterações cutâneas e queda de cabelo também podem chamar atenção.

Quando o quadro se mantém, podem surgir alterações de apetite, pressão arterial e maior suscetibilidade a infecções, além de impacto na saúde óssea. Alterações emocionais, como irritabilidade, ansiedade e oscilações de humor, podem agravar transtornos mentais pré-existentes, exigindo avaliação profissional cuidadosa.

• Alterações do apetite, com maior busca por açúcar e gordura
• Oscilações de pressão arterial e retenção de líquidos
• Queda de cabelo, acne, ressecamento da pele e estrias
• Redução da libido e irregularidades menstruais
• Infecções frequentes e risco aumentado de osteoporose

Como reduzir o cortisol naturalmente na rotina diária?

Entre as estratégias para diminuir o cortisol de forma natural, o sono ocupa lugar central, pois noites curtas ou fragmentadas ativam o eixo de resposta ao estresse. Estabelecer horários regulares para dormir, reduzir telas antes de deitar e manter o quarto escuro e silencioso ajuda a regular o hormônio.

A atividade física moderada e regular, como caminhadas, ciclismo leve, yoga ou pilates, contribui para o equilíbrio hormonal e melhora do sono, sendo recomendados ao menos 150 minutos semanais. Alimentação equilibrada, boa hidratação e organização da rotina também ajudam a evitar picos de cortisol e a prevenir resistência à insulina.

Para ver como essas práticas podem ser incorporadas de forma simples no dia a dia e entender quais hábitos realmente fazem diferença na regulação do estresse, o vídeo da criadora @karinescosta_ apresenta orientações claras e acessíveis sobre como reduzir o cortisol naturalmente.

Quais hábitos ajudam a controlar o estresse e o hormônio cortisol?

Técnicas de relaxamento, como exercícios respiratórios, meditação, oração silenciosa, alongamentos e práticas contemplativas, reduzem a ativação do sistema de “luta ou fuga”. Alguns minutos diários, mantidos de forma regular, já podem impactar o controle do estresse e do cortisol.

Outra frente importante é o manejo das fontes de tensão, identificando problemas financeiros, conflitos familiares ou excesso de trabalho e buscando soluções viáveis, muitas vezes com apoio psicológico. Relações sociais de qualidade e tempo dedicado a hobbies prazerosos funcionam como amortecedores da carga de estresse acumulada.

Quando é necessário procurar ajuda médica para avaliar o cortisol?

Mudanças de rotina podem aliviar a tensão, mas sinais persistentes de exaustão, ganho de peso inexplicado, alterações intensas de humor ou mudanças marcantes no ciclo menstrual exigem investigação. Profissionais de saúde podem solicitar exames específicos para avaliar níveis de cortisol e outros hormônios, além de pesquisar doenças associadas.

O acompanhamento adequado diferencia o estresse cotidiano de condições que precisam de tratamento estruturado, como síndromes hormonais e transtornos mentais. Combinando ajustes no estilo de vida, suporte psicológico e, quando necessário, medicamentos, é possível restaurar o equilíbrio interno e permitir que o cortisol volte a atuar como aliado do organismo.