Museu do Açude: um lugar quase desconhecido
O casarão de 1913 no Alto da Boa Vista com ampla área verde, relíquias e estrutura da época são os pontos altos desse museu. A antiga casa do mecenas Castro Maya, um parisiense amante das artes que viveu no Rio até os 74 anos, abriga hoje o Museu do Açude, um dos mais bonitos da cidade.
Como tudo que se preze no Alto, a vegetação é densa e até o ar é mais geladinho. Pra corar o clima bucólico e rústico, a entrada do casarão é de terra batida e a sensação é de estar em algum hotel fazenda. Com um misto de exposições de azulejos pelas paredes, obras barrocas e cozinha com toque medieval, é impossível não se sentir em um cenário de novela de época. E por falar em novela, aqui foi gravada Roque Santeiro e era a casa da célebre e impagável viúva Porcina, interpretada pela atriz Regina Duarte.
Além do casarão, vale a pena a incursão pelo jardim e pelas pequenas trilhas que dão acesso à exposição de fotos do rio antigo às “paredes coloridas” parecidas com as de Inhotim de Hélio Oiticica e à passarela Eduardo Coimbra que é no meio da mata e tem uma vista linda lá do topo.
A vontade era fazer o museu de lar. Coar um cafezinho na meia, sacar o livro da bolsa e ficar até escurecer pra poder observar as estrelas que devem brilhar intensas nesse “céu do interior de mentirinha”, sem esquecer-se de uma bela rede, claro!
Eu não conheci esse senhor Castro Maya não, mas bom gosto era algo que transbordava no homem. Observem e apreciem atentamente suas coleções nos detalhes e entenderão do que estou falando. Em tempo, o Museu Chácara do Céu no Parque das Ruínas, em Santa Teresa, também é parte integrante do “complexo” de museus Castro Maya.
C’était très chic, meu povo!
O Museu do Açude fica na Estrada do Açude, 764, em Alto da Boa Vista. Fica aberto para visitação de quarta a segunda, sempre de 11h às 17h, com ingressos a R$6, a inteira, e R$3, a meia-entrada. Às quintas a entrada é Catraca Livre.