Caminho Caipira, um Oásis em meio à cana no interior de SP
Texto: Marcelo Ferri
As irmãs Marciana, Luciana, Ariana e Poliana, as “Quatro Anas” de sobrenome Gomes Lopes, quinta geração a tomar conta das terras fincadas num bairro rural chamado Tanquinho, não só trilharam os passos de seus ancestrais, como também resolveram dar a oportunidade para que outras pessoas possam resgatar o jeito simples de viver no campo.
A convite das “Quatro Anas”, Hi-Mundim foi passar o dia no lugar, que fica distante 135km de São José do Rio Preto e a 391km de São Paulo.
Viagem
Fizemos o caminho sugerido por Marciana e seguimos pela rodovia Washington Luís até a saída 412-A, que leva a Ibirá e Urupês. A estrada em boas condições e em diversos trechos margeada por árvores, cujas copas deixavam vazar raios de um típico sol matinal de fim de inverno, tornaram a viagem ainda mais agradável.
O GPS do Duster nos levou sem problemas até Borborema. Lá, para tomarmos o rumo certo até o Caminho Caipira, tivemos de contar com o tradicional “quem tem boca vaia Roma”. Após a sempre paciente explicação de um cidadão local, encontramos a estrada de terra batida, que também em boas condições, não exigiu-nos esforço.
Caminho Caipira
Com a fome aguçada pelo cheirinho do frango caipira que, parafraseando a anfitriã, estava “pururucando” no fogão à lenha, o café da manhã – com queijo branco, leite fresco, manteiga, pães caseiros, bolo de cenoura, sucos, geleias, frutas, tudo cultivado sem agrotóxico e preparado ali mesmo, no sítio – foi como abraçar aquele pedaço de chão fértil, envolver-se e dele receber toda sua energia.
O desjejum, já em companhia de Marciana, nossa “Ana” guia, foi animado pelos causos de Nhá Colaca, personagem interpretada por Ariana, outra das “Quatro Anas”. Ela sempre recebe os visitantes e esbanjando simpatia e simplicidade, rapidamente trata de colocar todos no clima da vida no campo.
O Caminho Caipira oferece ao visitante opção de hospedagem em uma pousada e em uma área de camping. Também é possível apenas passar o dia. Com redes e áreas de convívio sob sombras de árvores frondosas, muitas delas frutíferas, ambas apresentam-se como ótima opção para quem precisa ficar um tempo desconectado da barulhenta e agitada vida urbana.
Para quem só consegue relaxar depois de gastar energia, o conjunto de oito trilhas espalhadas por generosas porções de mata nativa é garantia de satisfação do corpo e da mente. Marciana nos levou à trilha do Bosque, passeio curto, com média de uma hora duração.
As demais trilhas, com percursos entre 9km e 28km, costumam atrair turistas adeptos das caminhadas. Os chamados caminhantes, de acordo com Marciana, costumam chegar de diversas regiões do Brasil e até de outros cantos do mundo.
Almoço
Na pousada, tocada por Luciana, outra das “Quatro Anas”, a cozinha caipira ganha um toque italiano. Além de um queijo de cabra que aprendeu a fazer nos Alpes da Itália, Luciana costuma fazer rodízios de pastas e de pizzas.
Fazenda Voltinha
Além do museu, um amplo pátio coberto, decorado com peças típicas de artistas da região, equipado de banheiros e cozinha, frequentemente é alugado para confraternizações.
Distante algumas centenas de metros dali, a Fazenda Voltinha oferece uma área de camping, às margens do Ribeirão dos Porcos. Com banheiro, redário e um espaço coberto que serve de cozinha, é muito requisitada por grupos de pescadores.
Outra atração da Fazenda Voltinha é a trilha dos Macacos, onde é possível interagir com alguns desses moradores das matas.
Serviço:
Caminho Caipira
Pousada – (16) 3266-3454
Camping – (16) 99603-6955
Trilhas – (16) 3011-4907
Site: www.caminhocaipira.com.br
Fazenda Voltinha – (16) 3342-6387
O Hi-Mundim é um site de turismo feito pelo casal de jornalistas, Marcelo Ferri e Michelle Monte Mor