10 mulheres brasileiras que elegemos como ‘personalidade do ano’
Quem você incluiria nesta lista? Escreva nos comentários
A revista “Time” elegeu como “personalidade do ano” de 2017 um movimento de mulheres que se uniu para denunciar casos de assédio. O grupo “The Silence Breakers” trouxe à tona as agressões sexuais cometidas pelo produtor de Hollywood Harvey Weinstein.
Inspirado pela publicação norte-americana, o Catraca Livre decidiu homenagear mulheres brasileiras que se destacaram em 2017 por suas ações ou conquistas que promovam os direitos humanos. Vale lembrar que a lista abaixo é formada por apenas alguns nomes marcantes deste ano. Qual mulher você incluiria? Escreva nos comentários!
1. Helley de Abreu
Helley de Abreu Silva Batista, 43 anos, é o nome da professora que deixou um exemplo de bravura e amor ao sacrificar a própria vida para salvar seus alunos do incêndio criminoso que ocorreu em outubro na creche municipal Gente Inocente, em Janaúba, ao norte de Minas Gerais (MG).
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A tragédia, que deixou uma cidade em luto e sensibilizou o Brasil inteiro, tirou a vida de Helley e mais oito crianças. A professora teve 90% do corpo atingido pelas chamas e não resistiu aos ferimentos. Ela salvou 25 crianças ao tirá-las das labaredas e colocá-las por cima da janela. Saiba mais aqui.
2. Su Tonani
A figurinista da Rede Globo Su Tonani fez um relato no blog #AgoraÉQueSãoElas denunciando o ator José Mayer por assédio sexual. O caso gerou a suspensão do ator por tempo indeterminado das produções e desencadeou um movimento das atrizes da emissora contra o machismo. Relembre o caso.
3. Ellen Cardoso
A ex-dançarina Ellen Pereira Cardoso denunciou o marido, o cantor Naldo Benny, por agressão no último sábado, 2, na Delegacia de Atendimento a Mulher de Jacarepaguá, no Rio, alegando que ele lhe deu socos, tapas e puxões de cabelo.
Naldo foi preso nesta quarta-feira, dia 6, mas logo foi solto, após pagar fiança. Na sequência, cantou em uma festa da Polícia Militar. Em comunicado destinado à imprensa, ele admitiu as agressões à mulher, conhecida como Mulher Moranguinho, e afirmou que está “machucado e destruído”. Saiba mais.
4. Taís Araújo
Taís Araújo é uma importante voz do ativismo negro e contra o racismo no Brasil. Em novembro, a atriz fez um discurso no TEDxSãoPaulo intitulado “Como criar crianças doces num país ácido”, no qual falou sobre a questão racial na criação de filhos negros no país. Ela e o marido Lázaro Ramos são pais de duas crianças, João Vicente e Maria Antônia.
Assista:
5. Elisângela Dell-Armelina Suruí
A professora Elisângela Dell-Armelina Suruí, de 38 anos, que trabalha em uma escola rural indígena no interior de Rondônia, foi eleita a “Educadora do Ano” no Prêmio Educador Nota 10 de 2017, por seu projeto de alfabetização na língua indígena Paiter Suruí, em Cacoal.
Elisângela dá aulas na Escola Indígena Estadual de Ensino Fundamental e Médio Sertanista Francisco Meireles. Batizado de “Mamug Koe Ixo Tig”, que significa “A fala e a escrita da criança”, seu projeto incluiu a elaboração de um material didático próprio em Paiter Suruí para os 15 alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, que estudam todos na mesma sala.
No entanto, alguns dias após o prêmio, a professora sofreu uma tentativa de homicídio em Cacoal. De acordo com informações do G1, o atentado aconteceu quando ela e seu marido, Naraymi Suruí, cacique de sua aldeia, voltavam de moto para a Aldeia Paiter Suruí. O casal não se feriu.
O caso está sob investigação, mas há a suspeita de que tenha sido uma retaliação de madeireiros da região, que estavam derrubando ilegalmente árvores castanheiras na terra indígena Sete de Setembro e foram expulsos. Veja sobre a história da professora neste link.
6. Simone Maulaz Elteto
A professora Simone Maulaz Elteto, coordenadora da escola em que um aluno de 14 anos atirou contra colegas, em Goiânia (GO), emocionou o Brasil com sua coragem. Por meio do diálogo, ela conseguiu convencer o jovem, mesmo com uma arma apontada para ela, a parar de atirar. “Me aproximei dele, não tive medo, coloquei a mão no ombro dele e perguntei: ‘O que houve, tá tudo bem?'”, contou ao “Fantástico“.
Após o tiroteio, dois estudantes morreram e outros quatro ficaram feridos. Simone atua há 17 anos no colégio em que ocorreu a tragédia. “Tive a certeza, por ter esse diálogo aberto com alunos, que iria conseguir fazer que ele escutasse”, relatou. Leia mais aqui.
7. Etiene Medeiros
Em julho deste ano, a nadadora pernambucana Etiene Medeiros eternizou seu nome na história do esporte na Hungria. Em um duelo com a chinesa Fu Yuanhui, ela levou a melhor por apenas um centésimo e se tornou a primeira mulher brasileira a chegar ao topo do pódio em competições de piscina olímpica.
Quer saber mais sobre a vida da atleta? Veja aqui.
8. Rebeca Mendes da Silva Leite
“Meu nome é Rebeca, tenho 30 anos, sou mãe de dois meninos: Thomas, de 9 anos, e Felipe, de 6 anos. Antes de me julgar, ministra Rosa Weber, peço que me escute, pois não é fácil, mas tentarei descrever o motivo do meu atual sofrimento.” É assim que começa a carta escrita por uma mulher de 30 anos, grávida de seis semanas, que fez história após recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para poder realizar um aborto seguro.
No texto, Rebeca Mendes da Silva Leite contou que “sentiu um grande abismo se abrindo e sugando ela cada vez mais para baixo” quando descobriu a gestação e que não tem condições de cuidar de mais uma criança, pois tem dois filhos, contrato temporário de trabalho, aluguel para pagar e bolsa de estudos em um curso superior não concluído.
O pedido da estudante foi negado pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. Em seu despacho, a ministra disse que esta ação não é a adequada para resolver o caso de apenas uma grávida.
9. Diva Guimarães
A professora aposentada de 77 anos, Diva Guimarães, roubou a cena na 15ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) ao emocionar o ator Lázaro Ramos e toda a plateia com seu relato. Durante o evento, ela chamou atenção para o racismo institucional, velado e escancarado, que vitima milhares de negros no Brasil.
Diva Guimarães é uma sobrevivente de diversas situações difíceis e de humilhação provocadas pelo racismo. Assista ao vídeo e confira o depoimento.
10. Tifanny Abreu
Tifanny Abreu, primeira trans brasileira a receber autorização da Federação Internacional de Vôlei para jogar com as mulheres, entrou para a história mais uma vez. Agora, ela vai se tornar a primeira atleta trans a atuar na Superliga feminina 2017/2018 pelo Bauru.
A atleta fez a cirurgia de transgenitalização em 2014, mas continuou jogando em clubes masculinos até o início de 2017, quando entrou para um time da segunda divisão do vôlei feminino na Itália.
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