Advogados do DF zombam de vaga para estagiário negro
Um dos participantes usou expressões como "racismo contra branco" e "vou chamar meu primo macaco para preencher a vaga"
Um grupo de advogados de Brasília no WhatsApp zombou de um escritório que postou anúncio para contratação de estagiário negro. O caso de racismo foi revelado pela repórter Manoela Alcântara, do site Metrópoles.
Em um dos ataques, um integrante do grupo, identificado como Yuri Gagarin disse que iria “chamar meu primo macaco para preencher a vaga”.
Em outro momento, um defensor chegou a postar hashtag #forapreconcietobranco. Uma advogada branca, identificada como Lisbeth Bastos, ironizou o anúncio : “Então posso mandar meu CV. Já fui muito discriminada por Deus ter me feito linda”.
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O dono do escritório de advocacia Telesca, que anunciou a vaga, Max Telesca, e o presidente da Comissão de Direitos Humanos da sessão do Distrito Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Beethoven Andrade, denunciaram o caso na Decrin Delegacia de Crimes Raciais) ontem, 10.
Como denunciar racismo
Casos como esses estão longe de serem raros no Brasil. Para que eles diminuam, é fundamental que o criminoso seja denunciado, já que racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89. Muitas vezes não sabemos o que fazer diante de uma situação como essa, nem como denunciar, e o caso acaba passando batido.
Para começar, é preciso entender que a legislação define como crime a discriminação pela raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, prevendo punição de 1 a 5 anos de prisão e multa aos infratores.
A denúncia pode ser feita tanto pela internet, quanto em delegacias comuns e nas que prestam serviços direcionados a crimes raciais, como as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que funcionam em São Paulo e no Rio de Janeiro.