Ativistas do Engajamundo fazem manifestação na COP25
Com líquidos de diferentes cores em garrafas, eles abordaram os convidados na entrada do evento
Na quarta-feira, 11, durante a Conferência da ONU sobre o Clima (COP25), em Madri (Espanha), a delegação do Engajamundo denunciou os crimes ambientais e o genocídio indígena que ocorrem no Brasil. Com líquidos de diferentes cores em garrafas, cada um representando uma pauta, eles abordaram os convidados na entrada desta 25ª edição do evento, que começou na segunda-feira, 2, e termina nesta sexta, 13.
O “sangue de povos originários” representou os ataques que indígenas estão sofrendo por terem que proteger seu território das constantes ameaças e invasões daqueles que querem tomar seu espaço de vivência e ancestralidade.
A “água com lama” foi para denunciar crimes ambientais como o rompimento da barragem de Brumadinho, que aconteceu em janeiro deste ano, causando a morte de 228 pessoas, com 49 ainda desaparecidas. E também o rompimento da barragem de Mariana, que deixou 43,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos despejados, e causou 19 mortes. Segundo ambientalistas, os efeitos dos rejeitos no mar serão sentidos por, no mínimo, 100 anos.
A “água transparente” simbolizou a falta de conhecimento sobre o estado das águas brasileiras. Há muitas regiões contaminadas por diversos poluentes invisíveis aos olhos que não se tem informação e nem se sabe como afeta a população.
Um exemplo disso foi uma análise microbiológica da água de quase 15 pontos da vila de Alter do Chão (a 40 km de Santarém), que revelou a existência de contaminação por coliformes totais e de termotolerantes em quase 80% dos locais estudados. O município de Santarém enfrenta um surto de Hepatite A, que pode ter sido causado pela água contaminada.
A “água preta” significava o óleo que foi derramado em algumas praias do nordeste e sudeste do Brasil. Foi registrado a presença de óleo em 546 locais de 112 municípios e dez estados do Nordeste e do Sudeste. O derramamento causou danos a ecossistemas da região.
O Ibama registrou 135 animais atingidos, dos quais 95 morreram, e recolheu preventivamente mais de 3.400 filhotes de tartaruga da Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte. O ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) afirmou que 14 unidades de conservação federais foram afetadas.