Bolsonaro compara Maranhão à Venezuela e leva invertida de governador

Presidente publicou vídeo de uma abordagem de fiscalização para criticar implementação do lockdown no estado

Um dia após zombar dos milhares de mortos pelo novo coronavírus ao pilotar uma moto-aquática no lago Paranoá, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para criticar o lockdown em São Luís e cidades no entorno da capital maranhense.

Bolsonaro publicou no Twitter o vídeo de uma abordagem de fiscalização de quem descumpre a medida e comparou o estado governado por Flávio Dino (PCdoB) à Venezuela.

Região Metropolitana de São Luís foi a primeira do país a adotar o bloqueio total
Créditos: Divulgação/Governo do Maranhão/Fotos Públicas
Região Metropolitana de São Luís foi a primeira do país a adotar o bloqueio total

Na gravação, de pouco mais de um minuto, mostra um PM dentro de um ônibus exigindo a declaração de trabalho essencial para que os passageiros possam prosseguir viagem. A data da gravação do vídeo não está especificada.

‘Documento e declaração de que vai trabalhar’… Se não tem desce. Assim o povo está sendo tratado e governado pelo PCdoB/MA e situações semelhantes em mais estados. O chefe de família deve ficar em casa passando fome com sua família. Milhões já sentem como é viver na Venezuela”, publicou o presidente.

O governador Flávio Dino rebateu e disse que Bolsonaro estaria “tentando sabotar medidas sanitárias” de combate à pandemia e estaria fingindo “estar preocupado com o desemprego”.



“Bolsonaro inicia o domingo me agredindo e tentando sabotar medidas sanitárias determinadas pelo Judiciário e executadas pelo Governo. E finge estar preocupado com o desemprego. Deveria então fazer algo de útil e não ficar passeando de jet ski para ‘comemorar’ 10.000 mortos”, escreveu o governador.

O Maranhão está entre os estados brasileiros com mais mortes e casos confirmados de covid-19. Até ontem, segundo o Ministério da Saúde, eram 6.765 casos e 355 óbitos.

Ao todo, o país tem 10.627 mortes e 155.939 casos confirmados do novo coronavírus.