Bolsonaro defende que jovens não devem se interessar por política

Afirmação foi feita durante a posse do novo ministro da Educação

Na posse do novo ministro da Educação, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) defendeu que os jovens não devem se interessar por política. Para ele o interesse em política faz os estudantes perderem o tempo que poderia ser gasto aprendendo matemática, ciências e outras disciplinas.

Bolsonaro defende que jovens não devem se interessar política
Créditos: Agência Brasil/Marcelo Camargo
Bolsonaro defende que jovens não devem se interessar política

O presidente deixou claro em seu discurso ao novo ministro da educação que tem como um dos objetivos da pasta desestimular o interesse de crianças e adolescentes por política nas escolas. “Queremos uma garotada que comece a não se interessar por política, como é atualmente dentro das escolas, mas comece a aprender coisas que possam levá-las ao espaço no futuro”, disse.

Para Bolsonaro, o interesse em política, e portanto na coletividade, nas transformações sociais não levam ninguém pra frente, não desenvolve seres mais evoluídos, pelo contrário. É, inclusive, por isso que o projeto Escola Sem Partido foi uma das bandeiras de Bolsonaro na campanha eleitoral.

Para amenizar a atrocidade dita, Bolsonaro associou o mal desempenho dos alunos nas analises do aprendizado do currículo básico das escolas ao fato da juventude gastar muito tempo se interessando por política.

“Queremos uma garotada que não esteja ocupando os últimos lugares no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Queremos que não mais 70% dessa garotada não saiba fazer uma regra de três simples, não saiba interpretar textos, não saiba perguntas básicas de ciências”, disse Bolsonaro.

O Pisa é realizado de três em três anos. A última avaliação ocorreu no final de 2016 e o Brasil teve queda nas áreas avaliadas. O País ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática.

Num país onde faltam investimentos em infraestrutura, valorização dos salários dos professores, merenda, transporte, é ridículo o presidente querer que as pessoas acreditem que é pelo interesse dos jovens  em política que o país vai mal nas avaliações internacionais de educação.