Bolsonaro diz que questão do Enem sobre travestis é ‘doutrinação’
O presidente eleito do Brasil se mostrou insatisfeito com questão que versava sobre o "Pajubá", dialeto das travestis
O presidente eleito do Brasil Jair Bolsonaro se manifestou sobre o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que aconteceu no último domingo, 4, e atacou questão de português sobre linguagem própria das travestis, classificada por ele como uma “doutrinação desacerbada”.
“Um vexame você ver o que cai na prova do Enem, uma doutrinação desacerbada. Vou fazer o possível para fazer o Brasil diferente, construir e desconstruir o que foi feito até o momento. Não tenho implicância com LGBT, mas uma questão de prova que entra na linguagem secreta de gays e travestis não mede conhecimento nenhum”, afirmou Bolsonaro em entrevista ao Brasil Urgente, da Band, nesta segunda-feira, 5
O futuro presidente do país ressaltou que é preciso “fazer com que o Enem cobre conhecimentos úteis para a sociedade. Continua o Enem, mas tem que cobrar o que tem a ver com a questão do Brasil e da cultura”, disse ele.
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Eduardo Bolsonaro ironiza questão
O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, também criticou a questão sobre a linguagem das travestis.
Em tom de ironia, Bolsonaro filho insinuou que o tema não agrega qualquer tipo de conhecimento ou concede “utilidade” para os estudantes em uma entrevista de emprego, por exemplo, justificou o parlamentar.
Prezados estudantes, quando vocês forem ser entrevistados para um emprego ou estiverem abrindo um empreendimento aviso: sexualidade, feminismo, linguagem travesti, machismo e etc terão pouca ou nenhuma importância. Portanto, estude também o que lhe deixará apto para a vida.
— Eduardo Bolsonaro 17 (@BolsonaroSP) 5 de novembro de 2018
Entenda
Durante a aplicação do primeiro dia das provas do Enem uma das questões de linguagem, códigos e suas tecnologias versava sobre o “Pajubá” espécie de dialeto da comunidade LGBT – que engloba gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis.
Na questão, discorria-se sobre o dialeto que tem origem no iorubá, mas que ganhou adaptação, principalmente, pelas travestis.
A pergunta foi uma das mais repercutidas e celebradas pelos internautas que reconheceram a importância do tema em um exame a nível nacional. Por outro lado, simpatizantes da extrema direita rechaçaram o questionamento, apontado, inclusive pelo futuro presidente da República, como uma “doutrinação”.