Bolsonaro faz piada homofóbica após beber refrigerante rosa no Maranhão
"Agora eu virei boiola igual maranhense, é isso? Olha o guaraná cor de rosa do Maranhão ai ó"
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu mais uma prova do seu preconceito com o povo nordestino e aversão ao público LGBTQI+ nesta quinta-feira, 29, em sua primeira visita oficial ao Maranhão.
Depois de beber um copo de Guaraná Jesus, bebida típica do estado, Bolsonaro fez uma piada de teor homofóbico: “Agora eu virei boiola igual maranhense, é isso? Olha o guaraná cor de rosa do Maranhão ai ó. Quem toma esse guaraná vira maranhense”, disse, rindo, enquanto exibia o copo com o refrigerante que tem a cor rosa.
Minutos depois, cercado por uma multidão –muitos sem máscaras–, Bolsonaro voltou a ser homofóbico ao citar a cor do refrigerante. “Guaraná cor de rosa do Maranhão, fudeu, fudeu. É boiolagem isso aqui”.
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Todo o ato preconceituoso e homofóbico foi transmitido pelas redes sociais. Veja abaixo:
Essa não é a primeira vez que Bolsonaro fez uma menção considerada preconceituosa sobre o povo maranhese. Em julho de 2019 o presidente se referiu ao governador do Estado, Flávio Dino (PCdoB), como “paraíba”.
Visita ao Maranhão
Foi a primeira visita de Bolsonaro ao Maranhã desde que foi eleito. Na agenda, o presidente participou da inauguração de um trecho 3,7 km da BR-135, entre São Luís e Bacabeira.
Na sequência, Bolsonaro foi à Imperatriz, segunda maior cidade do Maranhão, para uma cerimônia de entregas obras, como o ‘panelódromo’, espécie de mercadão, e a duplicação da BR-010.
O governador do Maranhão, Flávio Dino, não foi convidado para participar da visita de Bolsonaro ao estado.
Homofobia é crime!
Desde junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o crime de homofobia deve ser equiparado ao de racismo.
Em alguns casos, a discriminação pode ser discreta e sutil, como negar-se a prestar serviços. Não contratar ou barrar promoções no trabalho e dar tratamento desigual a LGBT são atos homofóbicos também.
Mas muitas vezes o preconceito se torna evidente com agressões verbais, físicas e morais, chegando a ameaças e tentativas de assassinato.
Qualquer que seja a forma de discriminação, é importante que a vítima denuncie o ocorrido. A orientação sexual ou a identidade de gênero não deve, em hipótese alguma, ser motivo para o tratamento degradante de um ser humano.