Bolsonaro no SBT: ‘No Brasil, não existe o mais rico’

Segundo o capitão reformado, 'todos estão sufocados'

O candidato Jair Bolsonaro durante entrevista em sua casa ao jornalista Carlos Nascimento, do SBT
Créditos: Reprodução/SBT
O candidato Jair Bolsonaro durante entrevista em sua casa ao jornalista Carlos Nascimento, do SBT

O candidato do PSL à Presidência falou na noite desta terça-feira, 16, em entrevista de dez minutos ao jornalista Carlos Nascimento, do SBT, sobre seu eventual ministério, a presença de muitos militares em seu entorno, como seu vice, o general Mourão, comentou sobre a reforma da Previdência, economia e a carga tributária do país.

De sua casa, no Rio, o deputado afirmou que não é favorável à taxação sobre grandes fortunas porque “no Brasil, não existe o mais rico. Está todo mundo sufocado”. Ele também voltou a negar a criação de impostos, como um novo tipo de CPMF, o imposto do cheque. A proposta havia sido ventilada por seu vice.

Bolsonaro, líder nas pesquisas de intenção de votos no segundo turno, com 18 pontos à frente do seu adversário, Fernando Haddad, afirmou que, se eleito, pretende ter um ministério “enxuto”, com cerca de 15 nomes. Três já estão definidos: Paulo Guedes, na Economia, o deputado federal Ônyx Lorenzoni (DEM-RS), na Casa Civil, e o general da reserva Augusto Heleno, na Defesa.

Quanto ao seu vice, Mourão, afirmou se tratar de uma pessoa “bastante preparada, culta, patriota” e que “respira o Brasil”. Negou que ele tenha falado sobre acabar com o 13º salário.

Ao ser questionado por Nascimento se seu governo seria militar, a julgar pela presença maciça deles tanto na campanha quanto na formação de um eventual ministério, o capitão da reserva afirmou que existe “preconceito” com militares, disse que “confia nos civis” e que tem “bons civis do nosso lado”. “Temos nomes que vão surpreender, positivamente, a sociedade, com certeza”.

Segurança pública

“Não pretendemos sair da lei em hipótese alguma”, disse, ao ser questionado sobre  propostas para a segurança pública que não seriam constitucionais. “Algumas mudanças queremos fazer no Código Penal. Não só o policial, mas nós também temos que ter o excludente de ilicitude”, afirmou, sobre a situação já prevista no Código em que a pessoa, mesmo cometendo um crime, não será considerada uma criminosa. “Policial hoje tem que esperar o bandido atirar para reagir e nisso nós queremos mexer.”

Sobre a atuação contra o crime organizado, defendeu o uso da “inteligência para seguir o dinheiro”, sem detalhar como isso seria incrementado ao que hoje já é feito pelas polícias.

O presidenciável defendeu a autonomia da Polícia Federal para atuar, mas ressaltou que irá mexer em “pequenos senões”, citando que uma suposta “politização” da PF tem de acabar.

A economia ficará totalmente a cargo do “posto Ipiranga” Paulo Guedes. “Eu levo sugestões e ele que decide.” Questionado sobre o desemprego, afirmou que “não tem resposta imediata”: “Temos que facilitar a vida de quem produz e dá emprego”.

Haverá também uma reforma da Previdência, diferente da apresentada pelo governo Temer, mas não foram citados detalhes. “Vamos fazer a nossa [reforma]. Não podemos penalizar quem tem direito adquirido. Temos ideias e propostas para mexer, mas ninguém será penalizado.”

A respeito de ser chamado de fascista, nazista e despreparado pela mídia estrangeira, Bolsonaro afirmou que são rótulos que estão sendo “desmistificados”: ” Não sou nada disso. Agora, o outro lado que está disputando comigo, diz sobre controle social da mídia, diz sobre criar mais estatais, é completamente oposto do meu. Os estrangeiros e os brasileiros vão se orgulhar das nossas propostas”.

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