Bolsonaro nomeia André Mendonça para a Justiça e Ramagem para a PF
Mendonça chefiava a AGU e Ramagem foi segurança de Bolsonaro na campanha eleitoral
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou na noite desta segunda-feira, 27, o advogado André Luiz de Almeida Mendonça como ministro da Justiça e Segurança Pública e Alexandre Ramagem Rodrigues diretor-geral da Polícia Federal. As nomeações foram publicadas no Diário Oficial de hoje.
André Mendonça comandava a AGU (Advocacia Geral da União) antes da nomeação para a Justiça. Já Alexandre Ramagem chefiava a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e é amigo íntimo de Carlos Bolsonaro, filho do presidente investigado pela PF no esquema criminoso de espalhar fake news.
As vagas no Ministério da Justiça e no comando da PF estavam vagas desde a última sexta-feira após a demissão do ex-ministro Sergio Moro e a exoneração do ex-diretor-geral Maurício Valeixo.
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Moro decidiu deixar o governo depois de Bolsonaro exonerar Valeixo. O ex-ministro alegou que o presidente tenta interferir politicamente na PF.
Cotado para o STF
André Mendonça, 46 anos, ganhou destaque no noticiário no ano passado, depois que o presidente Jair Bolsonaro cogitou a indicação de seu nome para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal).
Advogado formado pela faculdade de direito de Bauru (SP), é também doutor em estado de direito e governança global e mestre em estratégias anticorrupção e políticas de integridade pela Universidade de Salamanca (Espanha) e pós-graduado em direito público pela UnB (Universidade de Brasília).
É advogado da União desde 2000, tendo exercido, na instituição, os cargos de corregedor-geral da AGU (Advocacia da União) e de diretor de Patrimônio e Probidade, dentre outros. Recentemente, na Controladoria-Geral da União (CGU), como assessor especial do ministro, coordenou equipes de negociação de acordos de leniência celebrados pela União e empresas privadas.
Quem é Alexandre Ramagem
Ex-chefe da Abin, Alexandre Ramagem é graduado em direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Ingressou na PF em 2005 e atualmente é delegado de classe especial. Sua primeira lotação foi na Superintendência Regional da PF no estado de Roraima.
Em 2007, ele foi nomeado delegado regional de Combate ao Crime Organizado. Ramagem foi transferido, em 2011, para a sede do PF em Brasília, com a missão de criar e chefiar Unidade de Repressão a Crimes contra a Pessoa. Em 2013, assumiu a chefia da Divisão de Administração de Recursos Humanos e, a partir de 2016, passou a chefiar a Divisão de Estudos, Legislações e Pareceres da PF.
Em 2017, tendo em conta a evolução dos trabalhos da operação Lava-Jato no Rio de Janeiro, Ramagem foi convidado a integrar a equipe de policiais federais responsável pela investigação e Inteligência de polícia judiciária no âmbito dessa operação. A partir das atividades desenvolvidas, passou a coordenar o trabalho da PF junto ao Tribunal Regional Federal da 2ª Regional, com sede no Rio de Janeiro.
Em 2018, assumiu a Coordenação de Recursos Humanos da Polícia Federal, na condição de substituto do diretor de Gestão de Pessoal. Em razão de seus conhecimentos operacionais nas áreas de segurança e Inteligência, assumiu, ainda em 2018, a Coordenação de Segurança do então candidato e atual presidente da República, Jair Bolsonaro.
Com informações da Agência Brasil