Bolsonaro pede para população invadir UTIs para verificar leitos
Além de não acreditar nos números de mortes da pandemia, o presidente quer constranger os pacientes e colocar a vida dos visitantes em risco
Quando a gente acha que Jair Bolsonaro (sem partido) já polemizou o suficiente, vem ele com sua live semanal pra causar um pouco mais.
Nesta quinta-feira, 11, o presidente da república voltou a levantar suspeitas sobre os números de mortes por covid-19 que têm sido divulgado pelos Estados, e por isso, achou que seria uma boa ideia encorajar a população a entrar nos hospitais e filmar os leitos de UTI – que são áreas restritas e de visitação controlada – para comprovar a lotação dos hospitais.
O político defendeu que, caso as imagens demonstrem alguma anormalidade, algo diferente do que está sendo divulgado pela mídia, as imagens deverão ser enviadas ao governo federal, que o repassará para a Polícia Federal ou para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para que sejam investigadas.
“Seria bom você fazer isso na ponta da linha. Tem hospital de campanha, hospital público, perto de você, arranja uma maneira de entrar e filmar. Tem muita gente fazendo isso, para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis. Isso nos ajuda”, disse ele.
“Tem dados que chegam, que a população reclama, que a pessoa tinha uma série de problemas, entrou em óbito. Não tinha contraído o vírus e aparece ‘covid-19’. São dezenas de casos por dia que chegam nesse sentido. Tem um ganho político dos caras, só pode ser isso, aproveitando as pessoas que falecem para ter ganho político e culpar o governo federal. Falavam que tinha que fazer o isolamento para que os hospitais tivessem UTI e respiradores. Posso estar equivocado, mas pelas informações que temos, ninguém perdeu a vida por falta de respiradores”, completou.
O que Bolsonaro não se deu conta sugerindo tal plano é que a entrada das pessoas em unidades de saúde sem autorização, além de não ser permitida, constrange os pacientes, e coloca o visitante em risco de contaminação. Não é à toa que as autoridades de saúde recomendam que as pessoas evitem unidades hospitalares para evitar o contágio.