Bolsonaro sobre ministro que soltou Queiroz: ‘Amor à primeira vista’

Fala do presidente sobre João Otávio de Noronha foi lembrada após anúncio de prisão domiciliar do ex-assessor de Flávio Bolsonaro

Assim que João Otávio de Noronha, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), anunciou que Fabrício Queiroz e sua esposa, Márcia Oliveira – que está foragida -, deverão cumprir prisão domiciliar, logo veio à mente uma declaração de Jair Bolsonaro (sem partido) a respeito do ministro.

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, recebe o presidente eleito Jair Bolsonaro
Créditos: Antonio Cruz/Agência Brasil
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, recebe o presidente eleito Jair Bolsonaro

Em abril, o presidente discursou durante a solenidade de posse de André Mendonça (ministro da Justiça) e de José Levi (Advogado-geral da União), e aproveitou o momento para elogiar Noronha.

“Prezado Noronha, permita-me fazer assim, presidente do STJ. Eu confesso que a primeira vez que o vi foi um amor à primeira vista. Me simpatizei com Vossa Excelência. Temos conversado com não muita persistência, mas as poucas conversas que temos o senhor ajuda a me moldar um pouco mais para as questões do Judiciário. Muito obrigado a Vossa Excelência”, disse Bolsonaro.

EM TEMPO:

João Otávio Noronha pode até ter concedido prisão domiciliar a Fabrício Queiroz e Márcia, alegando que ele não deve permanecer em presídio durante a pandemia de coronavírus devido as suas condições de saúde. Porém, ele já negou ao menos duas vezes que detentos fossem soltos com essa justificativa.

Em nota, o STJ disse que a decisão de Noronha foi tomada “levando em conta as condições pessoais de saúde de Fabrício Queiroz, que se enquadram naquelas que a Recomendação CNJ [Conselho Nacional de Justiça] 62/2020 sugere de não recolhimento a presídio em face da situação extraordinária da pandemia”.

Queiroz fez um tratamento para câncer. O presidente do STJ também estendeu o benefício a mulher dele, justificando que ela precisa cuidar do marido.

Queiroz e Márcia estão envolvidos no esquema das rachadinhas no gabinete do filho do presidente, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), quando ele ainda era deputado.