Campanha no Twitter mostra que bandeira do Brasil não é Bolsominion
OPINIÃO: Empunhar a bandeira do Brasil não representa os valores propagados por Bolsonaro. Ela não pode servir para defender o indefensável
Nesta terça-feira, 19, ganhou força no Twitter, um movimento em que diversos internautas colocaram em seus nomes a bandeira do Brasil como uma forma de protestar contra o uso dos símbolos nacionais feito pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus apoiadores.
Dentre as pessoas que puxaram o movimento na internet, está o youtuber Felipe Neto, que além de adotar a bandeira do Brasil em seu nome no perfil da rede social, escreveu uma mensagem explicando o motivo da atitude.
“É hora de tirarmos o poder de uso político da bandeira do Brasil pela extrema direita. A bandeira não pertence a eles, pertence a todo povo brasileiro. Usarei a bandeira do Brasil no meu nome, não como símbolo de ultranacionalismo, mas como luta pela reconquista do que é do povo”, afirmou Felipe Neto.
- Praia do Tombo, no Guarujá (SP), ganha cobiçado selo Bandeira Azul
- Ativistas comentam caso dos transplantes no Rio de Janeiro: “Inadmissível; o impacto desse incidente é significativo!”
- Os trágicos acontecimentos das transfusões e as infecções pelo HIV poderiam ter sido evitados. São um alerta, um sinal vermelho sobre o que está acontecendo para que a sociedade brasileira reaja a essas tentativas de alterar o controle de sangue no Brasil
- Viagem barata: 5 praias no Brasil que não vão estourar o seu orçamento
https://twitter.com/felipeneto/status/1262806171569840129?s=20
A valorização dos símbolos nacionais é de grande valia porque através dela constituímos nosso sentimento de nação, de pertencimento, de unidade do povo. O que é um desserviço é essa deturpação do que é patriotismo.
Desde quando permitir que brasileiros morram nas filas dos hospitais sem atendimento porque não há respiradores, em meio a pandemia do novo coronavírus é sinônimo de patriotismo? Ser patriota é não deixar, em hipótese alguma, que brasileiros morram em suas casas, sem nem sequer tentar ajuda nos hospitais porque sabem que não haverá leito de UTI disponível.
Onde há patriotismo em passear de jet ski enquanto 10 mil brasileiros tinham morrido vítimas da covid-19? Um desafio: Encontre o patriotismo na seguinte frase de Bolsonaro: “E daí (que o Brasil passou das 5 mil mortes por coronavírus) quer que eu faça o que?“. Não achou, né? Não existe mesmo.
Bolsonaro não fala sobre investir recursos na saúde, não investe em ciência e tecnologia em busca de encontrarmos uma saída para a pandemia do coronavírus.
Que patriotismo é esse que no meio de uma pandemia o governo não ajuda seu povo? Se recusa a pagar o auxílio emergencial de R$ 600,00 de forma rápida, para todos que precisam. Criar burocracia, atrasos no pagamento e deixar as pessoas sem condições de fazer a quarentena não é um ato patriota.
Doutrinação não é ter pensamento crítico. Doutrinação é querer obrigar o uso de cloroquina mesmo que a ciência não tenha validado a eficácia do remédio no combate à covid-19 porque o Donald Trump, presidente dos EUA, quer.
Desde quando vender empresas brasileiras públicas ou seja, de todo o povo, para estrangeiros, é um ato de patriotismo? Desde quanto querer entregar para os EUA a brasileira Embraer, uma das maiores empresas de aviação do mundo, é um ato de patriotismo? Quando foi que querer acabar com a formação de pensamento crítico dentro das escolas passou a ser um ato patriota?
Bolsonaro e seu governo não são patriotas. Amam o Brasil, em primeiro lugar, aqueles que respeitam nossas vidas, em segundo, aqueles que não se elegem com base em Fake News, em terceiro, aqueles que não aparelham o Estado para encobrir as investigações da Polícia Federal sobre seus parentes e amigos.
Deturpar o real sentido do patriotismo faz com que as pessoas achem ruim vestir suas camisetas verdes e amarelas, achem ruim levantar a bandeira do Brasil com orgulho de nossa pátria. Isso precisa acabar. É inaceitável que as cores do nosso país, nossa bandeira sirvam como símbolo de valores tão excludentes e cruéis.
Empunhar a bandeira do Brasil não representa os valores propagados por Bolsonaro. Ela não pode servir para defender o indefensável.