Candidato a prefeito de Natal agride equipe de reportagem

Delegado Leocádio (PSL) tentou tomar celular de repórter do jornal Tribuna do Norte

15/11/2020 14:35

O candidato a prefeito de Natal Delegado Leocádio (PSL) agrediu uma equipe de reportagem do jornal Tribuna do Norte ao visitar um dos locais de votação na capital potiguar nesta manhã, 15.

A agressão ocorreu UNP da Roberto Freire, um dos maiores locais de votação de Natal. Em entrevista ao G1, o repórter Ícaro Carvalho contou que se aproximou do candidato para entrevistá-lo e perguntou se ele já havia votado. Foi quando Delegado Leocádio tentou tomar o celular da mão Ícaro.

Delegado Leocádio (PSL), candidato à Prefeitura de Natal
Delegado Leocádio (PSL), candidato à Prefeitura de Natal - Reprodução/Inter TV

“Eu me aproximei para entrevistá-lo e perguntei se ele já havia votado. Ele não respondeu e tentou tomar o celular da minha mão. Depois ainda puxou a máscara do nosso fotógrafo, Magnus Nascimento”, disse o repórter.

Em nota, o Sistema Tribuna de Comunicação, ao qual pertence o jornal Tribuna do Norte, se solidarizou com os repórteres Ícaro Carvalho e Magnus Nascimento pelas agressões sofridas por sua equipe e classificou o ato como inaceitável de “se propõe a administrar uma cidade”.

“O violento episódio protagonizado pelo candidato a prefeito de Natal, diante de uma simples pergunta sobre o processo eleitoral, foi incompatível com a posição de quem se propõe a administrar uma cidade, mas até mesmo com as regras de convivência em uma sociedade democrática. Ameaçar ou agredir fisicamente um jornalista é próprio de ditaduras, não de democracias”, diz a nota.

“O Sistema Tribuna informou ainda que “tomará as providências legais cabíveis para a reparação dos danos causados aos seus conceituados jornalistas”, completa a nota.

Ao G1, a  juíza eleitoral Hadja Rayanne afirmou que o candidato estar em um local de votação que não é o dele pode se configurar boca de urna. “Mas não podemos afirmar. Com essa informação, vamos acionar o procedimento junto ao ministério público”, disse.