Doria contraria Bolsonaro e mantém academias e salões de beleza fechados

Presidente incluiu as atividades na lista de serviços essenciais, mas decisão cabe a governadores e prefeitos

O governador de São Paulo, João Dória (PSDB), decidiu contrariar o decreto do presidente Jair Bolsonaro e vai manter fechados salões de beleza, barbearias e academias em todo o estado.

Na segunda-feira, 11, Bolsonaro incluiu esses estabelecimentos na lista de “serviços essenciais” durante a quarentena.

“Até 31 de maio nenhuma alteração será feita na quarentena”, disse o governador de São Paulo
Créditos: Divulgação/GESP
“Até 31 de maio nenhuma alteração será feita na quarentena”, disse o governador de São Paulo

De acordo com o governador paulista, o estado não têm condições sanitárias de permitir o funcionamento de tais estabelecimentos.

“Aqui em São Paulo, o governo respeita e ouve o seu secretário da Saúde, respeita e ouve o seu comitê de saúde. O comitê de saúde e o secretário de Saúde do estado de São Paulo nos indicam que ainda não temos condições sanitárias seguras para autorizar a abertura de academias, salões de beleza e barbearias neste momento”, disse Doria em entrevista no Palácio dos Bandeirantes.



O estado de São Paulo é o epicentro da pandemia do novo coronavírus no país, com 3.949 mortes e 47.719 casos confirmados da doença.

Ontem, governos de 17 estados –AC, AL, AP, AM, BA, CE, ES, GO, MA, PA, PB, PR, PE, PI, RJ e SE– e do Distrito Federal (DF) já haviam se posicionados contra o decreto editado pelo presidente.

Liberação não é automática

Apesar de ser um decreto presidencial, a medida não permite uma liberação automática para o funcionamento desses serviços.

Isso porque, em abril, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que estados e municípios têm o poder de estabelecer políticas de saúde – inclusive questões de quarentena e a classificação dos serviços essenciais.